O guarda-roupa monocromático ajuda até nisso

Me faltam as habilidades de costura, mas na linha da atitude punk de combater a obsolescência programada, as minhas roupas começaram a ter uma sobrevida grande depois que eu passei a lembrar de tingi-las (deixo na lavanderia e eles fazem isso pra mim) quando elas começam a perder a cor original.

O meu guarda-roupa é bem monocromático e isso ajuda, claro.

Frustração das grandes, e repetitiva

A minha vida deu uma virada no início de 2021, quando eu troquei minha alimentação baseada em frituras e iFood por preparar minha própria comida (e saudável).

A partir dali, fui progredindo: passei a beber água (e hj bebo 2 litros por dia), parei de ser sedentário, larguei o costume de beber álcool, investi na higiene do sono etc.

Me dá uma raiva tão grande, mas TÃO GRANDE, quando eu conto isso e a primeira pergunta de alguém é "e quantos quilos você perdeu?"

Minha vida ficou mais fácil

depois que coloquei os dígitos finais do meu CEP, que nunca consigo memorizar, na tela de travamento do meu celular. Aí quando me pedem o CEP, é só olhar pra tela, sem nem destravar.

Invertendo a manipulação

Uma técnica de convencimento comum dessa gente que faz treinamento de vendas disfarçado de neuroqualquercoisa é te fazer uma pergunta sobre algum assunto, esperar tu responder e aí direcionar pro interesse dela perguntando “mas você não acha que _________?”

Isso me irrita muito, não só por ser manipulação – mas também porque a minha resposta é totalmente descartada. A pergunta inicial era só um engodo pra me fazer engajar, e o teor da minha resposta não será aproveitado nesse script.


Quatro exemplares da carta de reversão, do jogo Uno
Invertendo o fluxo!

Responder me custa! Quando alguém vem com essa, tenho adotando meu próprio script e respondendo: “eu acabei de te dizer o que eu acho”.

Não é só pra cortar o script: também é porque eu não tenho o menor interesse em dar continuidade a uma conversa que foi planejada pra me atrair com uma isca e depois conduzir em outra direção.

500 CARACTERES, Edição 008 – planilhas incas, pombos-correio e maquetes

Na newsletter 500 CARACTERES eu reúno curiosidades e histórias que possam ter escapado à atenção coletiva: links que nem são tão recentes, mas sobreviveram à passagem do tempo, selecionados periodicamente a partir do meu acervo.

Nesta edição:

🌐🔷 Por que os links da web são azuis?

📼📺 A feminista que arquivou décadas de telejornais

🔢⛰️ Planilhas, como faziam os antigos incas

🕊️📨 Os pombos-correio ainda eram atuais no século XX!

🏙️🤏🏻 Arte urbana, mas em forma de maquetes

Qual você curtiu mais? Quero saber!

 

Planilhas, como faziam os antigos incas


Ilustração do século XVI mostra um inca segurando um quipu, e apresenta um exemplo de decodificação dos nós.
Ilustração do século XVI mostra um inca segurando um quipu, e apresenta um exemplo de decodificação dos nós.

A civilização inca se caracterizava por modernidades, incluindo mais de 30.000km de estradas, arquitetura avançada, comunicação à distância, e um sistema de registro contábil nos chamados quipus.

Os quipus eram coleções de cordões com nós, em que cada coleção era como se fosse uma planilha, e cada cordão era uma célula contendo um número (inteiro ou fração) ou operação. Cerca de 1500 quipus sobreviveram à invasão europeia, e são atentamente estudados.

📎 rethinkq.adp.com

 

Por que os links da web são azuis?

Por que os links da web são azuis? Nem sempre foi assim, e Elise Blanchard - hoje uma repórter no Afeganistão, mas na época blogueira na Mozilla - foi atrás da origem dessa ideia.

Pesquisadores da universidade de Maryland em 1985(!) comprovaram que azul era a cor mais visível entre as que não pioram a legibilidade, e isso foi publicado e implementado no ano seguinte.

A web surgiu na mesma década, mas só adotou essa cor em 1993, com o Mosaic 0.13.

📎 blog.mozilla.org

 

Os pombos-correio ainda eram atuais no século XX!


Por uma pequena abertura coberta por uma janela removível, uma mão acessa o exterior de um tanque Mark V, segurando um pombo-correio para soltá-lo.
Por uma pequena abertura coberta por uma janela removível, uma mão acessa o exterior de um tanque Mark V, segurando um pombo-correio para soltá-lo.

Essa foto é poderosa porque ela comunica algo difícil de captar neste século hiperconectado: faz bem pouco tempo que temos acesso instantâneo a (quase) qualquer lugar, e até 30 anos atrás, era comum ter que esperar horas, dias ou semanas para conseguir mandar uma mensagem a algum parente ou parceiro de negócios e receber sua resposta.

A foto mostra uma abertura específica para enviar pombos-correio, num tanque Mark V durante a Batalha de Amiens (1918), na Primeira Guerra Mundial.

 

Arte urbana, mas em forma de maquetes


Foto da mão de Joshua segurando a sua reprodução da fachada de uma banquinha de jornal que também é lotérica, bomboniére e tabacaria.
Foto da mão de Joshua segurando a sua reprodução da fachada de uma banquinha de jornal que também é lotérica, bomboniére e tabacaria.

Eu sou fã de arte urbana, incluindo as que reproduzem as formas das nossas cidades (aliás, você já segue o @ivanjeronimo? Ele faz desenhos urbanos lindos!) – e isso às vezes inclui coisas diferenciadas.

Tipo um artista australiano que desde 2015 faz esculturas realistas reproduzindo bancas, lojinhas, becos, cabines de fotografia e outros detalhes despercebidos, frequentemente sujos e grafitados, de cidades de todo o mundo. Massa, né?

Mais: joshua_smith_street_artist no Instagram

 

A feminista que arquivou décadas de telejornais

Marion Stokes foi uma feminista, ativista pelos direitos civis nos EUA, e fez algo que ninguém mais fez: gravou cópias de telejornais ao longo de décadas.

Ela começou nessa missão em 1977, e comprava fitas VHS em dúzias. Quando nos deixou, em 2012, sua coleção tinha 140.000 fitas de 6h, armazenadas em vários imóveis.

Esse acervo vem sendo digitalizado pelo Internet Archive, e contém momentos históricos cuja transmissão não tem nenhum outro registro.

📎 archive.org

 


🗞️ A minha newsletter se chama 500 CARACTERES porque os textos originais dela são publicados primeiro no Mastodon, onde cada pauta individual obedece ao limite de 500 caracteres. Nela eu acumulo histórias interessantes, que depois agrupo na forma de um índice como este, para facilitar o acesso.

🐘 Veja o original desta edição, que foi publicado primeiro no Mastodon.

Ontem eu completei 52 anos e estava fazendo umas revisões.

Uma coisa que precisará ser melhor explorada pelos biógrafos é que eu saí de casa aos 19 anos, mas aos 28 anos fugi da minha própria casa quando as dinâmicas familiares chegaram a ela. E jamais voltei.

Pode adiar e deixar sem data sim, mas é melhor revisar depois

Quem deixa coisas pra depois ou planeja algumas coisas sem definir sem data ganha muito se definir um momento pra fazer a revisão dessas intenções e escolher quais estão prontas pra virarem planos.

Hoje é dia de uma tarefa muito importante pra manter em ordem toda a organização da minha vida, e que só acontece 3 vezes por ano (sempre no último sábado de algum mês):

⏯️ rever as listas de atividades que algum dia foram registradas mas intencionalmente ficaram como sem data ou sem priorização.

No Todoist ela consta como a “revisão quadrimestral de backlogs, atividades distantes e projetos de férias”:


Print de diálogo do Todoist mostrando a tarefa descrita no post, com 5 subtarefas, relacionadas a rever: atividades com data muito no futuro, atividades em repescagem, backlog da firma, projetos de férias e a tag
Print de diálogo do Todoist mostrando a tarefa, com 5 subtarefas, relacionadas a rever: atividades com data muito no futuro, atividades em repescagem, backlog da firma, projetos de férias e a tag "Encaixar".

As subtarefas dela variam ao longo dos anos, porque às vezes eu mudo a estruturação das minhas listas de coisas que ficam pra depois ou pra datas indefinidas. Atualmente, a estrutura que eu reviso nessa atividade quadrimestral é:

  1. Backlog das atividades profissionais eletivas, que geralmente é onde eu cadastro algo que parece uma boa ideia mas precisa esperar uma oportunidade que ainda não chegou.
  2. Lista de atividades para encaixe, que são atividades de baixa complexidade e baixo valor, da vida pessoal, que também estão esperando uma oportunidade certa - além de olhar nas revisões, eu geralmente olho nessa lista quando tenho um tempo livre indesejado, associado a alguma coisa fora do meu controle, tipo espera longa pra conexão em um voo.
  3. Lista de atividades em repescagem, que são atividades que eu tinha como pendência, mas se tornaram desnecessárias e, ao invés de cancelar (como faço com a maioria), eu resolvi preservar para uma nova análise futura, para eventualmente reformular, repriorizar, ou apagar de vez. Quase todas são apagadas na revisão, mas algumas evoluem.
  4. Projetos de férias: aqui estão as pequenas reformas, filmes que quero ver, comidas que quero provar, lugares aos quais quero ir, e tantas outras ideias que vão se acumulando ao longo dos anos, esperando a oportunidade certa, que é um momento de lazer e agenda livre.
  5. Atividades muito no futuro: é um filtro do Todoist que me mostra atividades que estão cadastradas para mais do que 6 meses à frente. Algumas tem que ficar assim mesmo (por exemplo, a minha próxima renovação da CNH é daqui a 9 anos), mas outras estão assim por erro na hora de cadastrar, e é assim que eu as encontro e ajusto.

É uma atividade longa, mas prazerosa (e eu deixo os projetos de férias pro fim). Antigamente eu fazia tomando uma ou várias cervejas, hoje em dia é com coca-cola mesmo.

Only Mulders in the Building

Spin-off de Arquivo X, em que um prédio sofre uma interferência sobrenatural e passa a poder abrigar apenas integrantes da família do agente especial Fox Mulder.

A trama se adensa no segundo episódio, quando é revelado que, em um apartamento que até então parecia desocupado, mora Samantha – a misteriosa irmã que Mulder sempre pensou ter sido abduzida na infância.


foto promocional do apartamento do agente especial Fox Mulder
Foto promocional do apartamento do agente especial Fox Mulder

A primeira temporada encerra em um cliffhanger, quando a mãe de Mulder não consegue explicar por que o Cancerman conseguiu se mudar para o prédio.

Dentro de mim tem 2 lobos.

Um só quer falar de comida, o outro só quer fofocar. Eles se chamam Rita Lobo e Leão Lobo.

Ghostbusters – Do Outro Lado da Vida

Eu não sou fã da onda de reboots e crossovers mas, se eu fosse produzir um, seria um crossover entre “Os Caça-Fantasmas” e “Ghost Do Outro Lado da Vida”.


Cena montada com personagem de Os Caça-Fantasmas em oposição a personagens de Ghost Do Outro Lado Da Vida
Cena montada com personagem de Os Caça-Fantasmas em oposição a personagens de Ghost Do Outro Lado Da Vida

A Whoopi Goldberg teria que se unir ao Geleia pra ajudarem o fantasma do Patrick Swayze a escapar dos Ghostbusters.