⏵ 500 CARACTERES, Edição 008 – planilhas incas, pombos-correio e maquetes
Na newsletter 500 CARACTERES eu reúno curiosidades e histórias que possam ter escapado à atenção coletiva: links que nem são tão recentes, mas sobreviveram à passagem do tempo, selecionados periodicamente a partir do meu acervo.
Nesta edição:
🌐🔷 Por que os links da web são azuis?
📼📺 A feminista que arquivou décadas de telejornais
🔢⛰️ Planilhas, como faziam os antigos incas
🕊️📨 Os pombos-correio ainda eram atuais no século XX!
🏙️🤏🏻 Arte urbana, mas em forma de maquetes
Qual você curtiu mais? Quero saber!
Planilhas, como faziam os antigos incas

A civilização inca se caracterizava por modernidades, incluindo mais de 30.000km de estradas, arquitetura avançada, comunicação à distância, e um sistema de registro contábil nos chamados quipus.
Os quipus eram coleções de cordões com nós, em que cada coleção era como se fosse uma planilha, e cada cordão era uma célula contendo um número (inteiro ou fração) ou operação. Cerca de 1500 quipus sobreviveram à invasão europeia, e são atentamente estudados.
Por que os links da web são azuis?
Por que os links da web são azuis? Nem sempre foi assim, e Elise Blanchard - hoje uma repórter no Afeganistão, mas na época blogueira na Mozilla - foi atrás da origem dessa ideia.
Pesquisadores da universidade de Maryland em 1985(!) comprovaram que azul era a cor mais visível entre as que não pioram a legibilidade, e isso foi publicado e implementado no ano seguinte.
A web surgiu na mesma década, mas só adotou essa cor em 1993, com o Mosaic 0.13.
Os pombos-correio ainda eram atuais no século XX!

Essa foto é poderosa porque ela comunica algo difícil de captar neste século hiperconectado: faz bem pouco tempo que temos acesso instantâneo a (quase) qualquer lugar, e até 30 anos atrás, era comum ter que esperar horas, dias ou semanas para conseguir mandar uma mensagem a algum parente ou parceiro de negócios e receber sua resposta.
A foto mostra uma abertura específica para enviar pombos-correio, num tanque Mark V durante a Batalha de Amiens (1918), na Primeira Guerra Mundial.
Arte urbana, mas em forma de maquetes

Eu sou fã de arte urbana, incluindo as que reproduzem as formas das nossas cidades (aliás, você já segue o @ivanjeronimo? Ele faz desenhos urbanos lindos!) – e isso às vezes inclui coisas diferenciadas.
Tipo um artista australiano que desde 2015 faz esculturas realistas reproduzindo bancas, lojinhas, becos, cabines de fotografia e outros detalhes despercebidos, frequentemente sujos e grafitados, de cidades de todo o mundo. Massa, né?
Mais: joshua_smith_street_artist no Instagram
A feminista que arquivou décadas de telejornais
Marion Stokes foi uma feminista, ativista pelos direitos civis nos EUA, e fez algo que ninguém mais fez: gravou cópias de telejornais ao longo de décadas.
Ela começou nessa missão em 1977, e comprava fitas VHS em dúzias. Quando nos deixou, em 2012, sua coleção tinha 140.000 fitas de 6h, armazenadas em vários imóveis.
Esse acervo vem sendo digitalizado pelo Internet Archive, e contém momentos históricos cuja transmissão não tem nenhum outro registro.
🗞️ A minha newsletter se chama 500 CARACTERES porque os textos originais dela são publicados primeiro no Mastodon, onde cada pauta individual obedece ao limite de 500 caracteres. Nela eu acumulo histórias interessantes, que depois agrupo na forma de um índice como este, para facilitar o acesso.
🐘 Veja o original desta edição, que foi publicado primeiro no Mastodon.