2024, um baita ano de mudanças positivas na minha vida

É curioso como a cirurgia a que eu precisei me submeter no começo do ano me colocou no caminho para, no segundo semestre, ter 3 grandes mudanças na vida, não relacionadas diretamente ao que me levou à mesa de operações:

✅ Comecei a pedalar todos os dias (eu era 100% sedentário - e ontem completei 70 dias seguidos pedalando diariamente, sem exceção).

✅ Descobri e tratei a apneia que prejudicava muito a minha qualidade do sono e de vida.

✅ Encontrei e passei a aplicar ferramentas bem mais eficazes para lidar com a ansiedade do dia a dia.

10/10, está sendo um baita ano.

A parte que ainda está em andamento

Uma transição em andamento e que eu preciso concluir – e está a caminho, mas aos poucos e do meu jeito – é a das coisas que dizem respeito à minha antiga versão, de antes do diagnóstico de autismo (completou 2 anos!), e que ainda ocupam espaço físico e virtual aqui em casa.

São filmes, séries e livros que não tenho mais interesse em rever, roupas e calçados que provavelmente não vestirei mais, etc.

Da mobília que não faz mais sentido pra mim eu já me livrei (e vai ser útil pra pessoas que nem conheço mas precisavam muito).

BURRO OU DESONESTO, o novo game show da TV brasileira

BURRO OU DESONESTO é o nome da minha proposta de game show televisivo.

Ao vivo do antigo estúdio do Programa do Jô, vai ao ar de segunda a sexta, às 22h. A inscrição é automática pra todos os comentaristas do jornalismo vespertino.

A plateia assiste a um trecho de 30 segundos, selecionado por estudantes de jornalismo, da participação de cada comentarista naquela tarde, e ergue as plaquinhas: BURRO ou DESONESTO.

A cada sábado, o comentarista com a menor soma total de placas na semana (ou seja, nem burro e nem desonesto) vem para um especial, em que comenta o desempenho dos demais.

Cadê a responsabilidade fiscal da fada madrinha?

A real é que toda a história da Cinderela é gaslighting por parte da fada madrinha.

Se à meia-noite o sapatinho de cristal não virou havaianas no mesmo momento em que o vestido virou remendo, a carruagem virou abóbora e os cavalos viraram ratos, concluímos que ela agiu de caso pensado pra fazer a Cindy fugir, e o príncipe a procurar.

Ela PODERIA ter deixado a moça curtir a festa até o fim, e dado tempo pro príncipe a conhecer, mas estava manipulando ambos.

Fora o custo da busca, pros cofres públicos do reino!

O protocolo dos tios

Na quitanda vejo mais uma vez a familiar cena: dois homens já avançados em anos se encontram, comentam como faz tempo que não se veem, e um começa a desfiar o rosário de nomes: “E o Nogueira? O Teodoro? O Vicente? O Matoso?”

E o outro vai passando os breves updates de status: “Morreu faz tempo. Morreu recente. Problema com jogo. Nunca mais vi. Mudou pra Belem.”

O protocolo dos tios nunca é P2P, sempre é client-server: enquanto conectados, tem um que só faz as perguntas, e outro tem as respostas.

Livros para aprender sobre o baralho cigano

Compartilho a seguir um rol de livros para quem quer saber sobre o baralho cigano. Para cada livro está indicado o ano da edição que eu tenho.

📕 BARALHO CIGANO - TRADIÇÃO, TEORIA E PRÁTICA, por André Mantovani (2020) - é o que eu mais recomendo como 1º livro. Conta bem o contexto do brasileiríssimo baralho cigano (e sua origem no europeu Petit Lenormand), explica detalhadamente cada uma das 36 cartas com a interpretação brasileira, trata brevemente (mas direitinho) das técnicas de tiragem/leitura, e ao final tem uma boa seção de perguntas e respostas. Ponto negativo: mistura com astrologia (felizmente em capítulos à parte).

Esse mesmo livro do Mantovani é vendido numa edição que vem em uma caixa na qual acompanha o baralho que eu uso nas minhas tiragens, e cujas fotos ilustram os posts deste perfil: o rico e simbólico baralho cigano ilustrado por Cristina Martoni (2008), restaurada para essa edição pelo ilustrador Lucas Teles Campos.

O LIVRO COMPLETO DO BARALHO PETIT LENORMAND, por Odete Lopes Mazza (2023). Este não é um livro sobre o baralho cigano, e sim sobre seu congênere europeu. Mas Lopes Mazza tem muito conteúdo sobre interpretação e combinação de cartas, e isso faz com que sua obra seja um bom SEGUNDO livro para quem quer conhecer o tema, em especial quanto às técnicas e atos, mas não tanto quanto ao significado das cartas (pois embora haja muitos pontos de contato, as diferenças também são importantes).

Assim como o livro do Mantovani, esse livro da Lopes Mazza trata a leitura de cartas mais como técnica (e percepção) do que como um poder místico ou algo assim. Ele me agrada por isso – não que eu tenha algo contra a visão mística ou religiosa do tema, mas porque penso que ao abordá-las separadamente, o tema fica ao alcance de mais leitores (que eventualmente se interessarão em ir buscar a visão complementar).

💃🏻 O TAROT CIGANO DA TRYBO CÓSMICA, por Katja Bastos (2018). A Katja Bastos tem o mérito de uma contribuição inestimável no momento em que, no final do século XX, foi buscar nas práticas do sincretismo tipicamente brasileiro uma codificação das leituras do que por lá se chamava de baralho cigano - evolução do Petit Lenormand ao longo de 2 séculos. O livro conta essa história e serve para entender por que as interpretações brasileiras são tão diferentes das europeias, pras mesmas cartas.

🔮 TARÔ DO CIGANO, por J. DellaMonica (2024). A exemplo da obra de Katja Bastos, esse livro também fez parte da codificação do baralho cigano no Brasil, bebendo nas fontes do sincretismo para registrar os significados e técnicas do tarô cigano. A história do baralho, contada no início, me parece fantasiosa – e no livro a questão religiosa está permanentemente presente, também. Mesmo assim, é um bom TERCEIRO livro sobre o tema, porque é rico na descrição das combinações de cartas.

Há feedbacks e feedbacks

Eu tenho um lugar especial no meu coração1 para pessoas que pedem favor, são atendidas com atenção e integralmente, mas aí se acham no papel de oferecer algum feedback crítico sobre o resultado do favor que pediram, a forma como foi executado, ou como poderia tê-los satisfeito melhor se fosse diferente.

Favor é favor, e os requisitos são definidos no pedido, e não após receber o resultado.

 
  1.  É no porão!

Provavelmente ele já tem advogados suficientes

Tenho muita dificuldade de lidar com pessoas que vêem pessoas concordando entre si e sentem que isso é um encantamento que as obriga a dizer "mas deixa eu dar uma de advogado de diabo".

Ainda mais quando essa frase vem seguida de uma hipótese que ela tirou das profundezas da parte mais oculta e sombria do seu ser.

Areia movediça na vida real

Virou clichê usar areia movediça como um exemplo de preocupação da infância com coisas que nunca acontecem na vida real, e eu entendo a razão, pois a maior parte das pessoas nunca volta a pensar no assunto depois que a infância acaba.

Porém eu já fiquei preso em areia movediça mais de uma vez na vida real e afirmo que é assustador mesmo – AMA.

Um sucesso que torcerei para não ser muito praticado

No ano passado eu investi literalmente mais de um mês de esforço pra desenvolver um protocolo (e uma norma interna) pra minha firma, pra resposta a eventos climáticos extremos.

A tramitação foi longa, inclusive devido a eventos climáticos nesse intervalo, mas na semana passada recebi a confirmação de que a norma está assinada, e entra em vigor hoje, primeiro dia do novo mês.

Grande sucesso! Mas, tendo em vista a temática, espero que esse protocolo não precise ser executado muitas vezes.

Eu também não sou obrigado

Tenho TEA e não sou de pedir adaptação, porque sou bem adaptado à maioria das situações que vivo e percebo.

Quando preciso pedir adaptação, entretanto, não é algo que me agrada - mas eu entendo que a outra pessoa não tem como saber antes de eu dizer, e por isso digo com clareza qual a dificuldade que estou encontrando e – caso eu saiba – como seria a forma de me oferecer melhor acessibilidade.

Porém depois de eu dizer, é muito difícil eu estar disposto a interagir com brincadeirinhas a respeito, ou com persistência no comportamento não adaptado: fiz meu pedido, a pessoa não atendeu, está completo o ciclo.

Estamos no século XXI e a vida é muito curta pra interagir com certas coisas.