é que se a gente deixa o carregador numa tomada, quando quer usar de novo, ele ainda vai estar lá.
Se você mora em lugar que tem criança que adere à tradição de ir pedir doces no final de outubro, lembre de colocar doces na lista de compras dessa semana 🍬👻
Dicas pra escolha: doces embalados individualmente, que criança goste, e que você não vá comer tudo antes da hora.
Sobre a sobrecarga
Infelizmente a solução para a sobrecarga não está em nenhuma ferramenta ou método.
Não há segredo, nem atalho. Pra afastar a sobrecarga, o negócio é alcançar a clareza sobre o propósito das demandas e dos desejos, e aí começar a buscar alinhar a ele o que se faz, considerando as disponibilidades e flexibilidades.
Trocar de ferramenta, ou de método, não afasta sobrecarga nem burnout, se o que se faz não está alinhado ao propósito e não considera as disponibilidades.
Sendo realista, é por isso que nem todo mundo consegue lidar com a sobrecarga, mesmo quando sabe disso. Muitas vezes poder ter essa reflexão e realizar esse alinhamento são privilégios, ou exige estar em situações privilegiadas.
Com planejamento e sem afobação a gente chega lá
Há duas semanas eu percebi que precisava dar um gás na minha agenda ou chegaria ao final do ano com pendências difíceis de gerenciar. Eu dificilmente perco o controle da minha agenda, mas nessa hora já estava precisando acender a luz amarela.
Dediquei um dia a fazer um inventário e identificar prioridades, e desde então estou colocando em ação uma recuperação, com calma, de forma planejada, e tentando colocar tudo nas condições desejadas para o final do ano, ao longo de um mês.
Está indo bem, a lista de pendências parou de aumentar, as pendências mais urgentes foram identificadas e priorizadas, algumas já estão resolvidas, e as demais estão sendo tratadas em ordem e com os interessados bem informados.
Nem sempre dá pra "confiar no processo", mas quando há condições (inclusive motivação) às vezes dá sim pra colocar em ordem as coisas que a gente tem como controlar.
500 CARACTERES, ed. 006 – steampunk e lontras
Nesta edição: steampunk soviético, TRS-80 a pilhas, lontras egípcias e mais
Na newsletter 500 CARACTERES eu reúno curiosidades e histórias que possam ter escapado à atenção coletiva: links que nem são tão recentes, mas sobreviveram à passagem do tempo, selecionados periodicamente a partir do meu acervo.
Nesta edição:
⚙️🌏 O computador analógico steampunk soviético
🦦✨ A lontra foi a capivara do Egito antigo
💬🤏🏻 O encolhimento das frases está acelerando
💻🔋 Seu próprio clone do TRS-80 portátil de 1983
🚃🧑🏻💼 Os trabalhadores pendulares cada vez mais distantes
O computador analógico steampunk soviético

Um computador analógico steampunk soviético? SIM! Conheça o Globus INK, usado pelos cosmonautas entre 1967 e 2002, com início no projeto Soyuz.
A mira do Globus mostra visualmente a posição do veículo espacial em relação à Terra, com indicadores adicionais mostrando a latitude, a longitude, a contagem de órbitas e a iluminação (dia ou noite, essencial para operações de acoplagem). Ele tinha 2 modos: posição atual e projeção de pouso.
A lontra foi a capivara do Egito antigo

Lontras? SIM!
Muita coisa escrita no começo da pandemia se perdeu pelo excesso de temas que disputavam nossa atenção, mas isso não é motivo para perder esse artigo de 2022 revisitando uma série de representações antigas, clássicas e contemporâneas das lontras nas artes.
A lontra é tipo uma versão internacional da capivara, queridinha das redes sociais, e não é de hoje: as imagens do artigo começam no Antigo Egito.
(Mas ignore a última delas.)
O encolhimento das frases está acelerando

Já notou que as frases vem encolhendo? Isso começou antes do rádio e TV. No século XIX a frase média chegava a 50 palavras. No século XX, 12 a 14 virou comum, com máximo de 20.
A imprensa usava 35 a 40 palavras, hoje usa 20 ou menos. Os relatórios para acionistas em 1970 usavam 17 palavras, hoje tem 13 em média.
A democratização do acesso à comunicação influi, mas frases curtas são mais legíveis (com limites!), e a linguagem evolui em direção a elas.
Seu próprio clone do TRS-80 portátil de 1983

Sou um entre tantos nerds fascinados pelo TRS-80 modelo 100, um portátil de 1983(!) que funcionava com 4 pilhas AA – e minha jornada só estará completa quando eu criar meu sucessor dele, como tantos outros (inclusive aqui na rede) já fizeram. E não, eu não tenho nenhum caso de uso que justifique esse desejo, é só fascínio mesmo.
Hoje as peças necessárias não são muito caros, e o gabinete personalizado a gente encomenda em impressora 3D!
Os trabalhadores pendulares cada vez mais distantes
O fenômeno do trabalhador que mora a milhares de km da firma mas comparece para o presencial eventual começou a surgir antes da pandemia, mas ficou um pouco mais comum – eu conheço pessoalmente mais de uma! – a partir de 2020.
Ao contrário do trabalhador pendular ~normal, que mora numa cidade-dormitório e trabalha num centro urbano, esse novo fenômeno busca qualidade de vida, embora tenha vários custos. Me serviria e penso nisso às vezes!
📎 Wall Street Journal (arquivado)
🗞️ A minha newsletter se chama 500 CARACTERES porque os textos originais dela são publicados primeiro no Mastodon, onde cada pauta individual obedece ao limite de 500 caracteres. Nela eu acumulo histórias interessantes, que depois agrupo na forma de um índice como este, para facilitar o acesso.
🐘 Veja o original desta edição, que foi publicado primeiro no Mastodon.
Quando me dizem que não importa a mídia, mas só a mensagem
Pensando em lançar um Dicionário Ilustrado dos Sentimentos, mostrando a imagem de como sentimos cada um deles.
O segundo volume vai ser um Dicionário Ilustrado dos Fonemas, mostrando como é ouvir cada um deles

Aí em seguida farei uma coreografia descrevendo o brutalismo na arquitetura do século XX, e uma cerâmica representando a diferença entre o salgado, o azedo, o doce, o amargo e o umami.
Não satisfeito, entoarei na flauta-doce um duplo twist carpado, e publicarei uma versão em quadrinhos do número de Avogadro.
Memórias de um fliperama configurado com atenção aos detalhes
Na primeira vez que eu montei uma máquina de fliperama, em 2014, eu usei um monitor posicionado na vertical, e aí sobravam essas faixas escuras enormes, acima e abaixo da tela dos jogos feitos pra fliperamas horizontais.

Aí, usando umas opções do emulador que eu não conhecia, editando uns arquivos XML e fazendo uma busca arqueológica no Google Imagens, eu configurei para preencher aquele espaço vazio com a arte que acompanhava ou anunciava as máquinas originais
Acho lindo até hoje.
Obsidian repaginado com o plugin Notebook Navigator
Estruturando a navegação em 3 painéis, mostrando as pastas, conteúdo da pasta, e nota individual.
O Obsidian tem uma organização bem própria, que faz sentido pra mim, mas às vezes contraria as expectativas e dificulta a transição de quem chega a ele vindo de outras ferramentas como o Evernote, Notion, Apple Notas.
Se é o seu caso, sugiro experimentar de novo, mas agora com o plugin Notebook Navigator, sucesso recente desenvolvido pela comunidade.
Eu uso o Obsidian com poucos plugins, mas esse foi uma surpresa agradável, pois ele transforma a maneira de interagir com os índices, as tags e as notas (além de tornar a interface mais familiar a quem está acostumado com outros aplicativos do ramo).

O print acima mostra como o Obsidian no meu computador ficou após a instalação do plugin. Note que ele estrutura a tela em 3 painéis: um para a estrutura de pastas e de tags, outro para a lista de notas da pasta ou tag selecionada, e o terceiro para a nota que estiver aberta.
Desde o dia que eu instalei, o plugin teve duas atualizações, ativando uma série de novos recursos e opções de configuração. Gostei da postura do desenvolvedor, que interage nos fóruns de usuários do Obsidian.
O Notebook Navigator é grátis e open source.
Veja também as duas temporadas da minha thread sobre o Obsidian no Mastodon.
Arduino, foi bom enquanto durou
Eu acho que o Arduino Uno fez muito pela disseminação da cultura maker, e merece reconhecimento por isso. Mas estou falando do produto, e não do time.

Eu era fã dos caras por trás desse produto, até conhecer melhor – e em 2014-2016 eles mostraram a cara numa série de lances de fraude acadêmica, brigas internas, uso de marcas registradas pra limitar uns aos outros, etc.
Em 2016 eles se acertaram entre si, mas o histórico formado me leva a ter zero confiança na possibilidade de a compra pela Qualcomm ser boa notícia.
Quem sabe eles me provam estar errado? Seria uma boa notícia inesperada.
500 Caracteres, ed. #005: santas e naufrágios
Nesta edição: levitação contra a vontade, nuvens intencionais, preservação de acervos, e mais
Na newsletter 500 CARACTERES eu reúno curiosidades e histórias que possam ter escapado à atenção coletiva: links que nem são tão recentes, mas sobreviveram à passagem do tempo, selecionados periodicamente a partir do meu acervo.
Nesta edição:
✝️🛫️ A santa que levitava, mas não curtia
🚢💥️ O naufrágio emborcado de Saddam Hussein
📺🚌 Obsessão por telas, já na década de 1960
☁️🖌️ Arte visual em forma de nuvens
📽️🔎 Continua difícil preservar o histórico da TV e do cinema
A santa que levitava, mas não curtia
“VOU LEVITAR SIM, MAS SOB PROTESTO!”
Teresa de Ávila é uma integrante do panteão de mulheres canonizadas pela igreja católica, mas possivelmente é uma das mais relutantes dessa lista. Espanhola, nasceu em 1515 e, no Brasil, é a padroeira dos professores.

Teresa entrava em êxtases místicos, e há uma série de testemunhos sobre ela levitar, nessas horas. Mas ela não curtia: protestava em voz alta, se agarrava na mobília, fazia o possível para não sair voando.
O naufrágio emborcado de Saddam Hussein
Iates gigantes são um símbolo da plutocracia, e o ditador Saddam Hussein tinha o seu, chamado al-Mansur, de 396 pés (121m). E mais: ele não navegava no iate construído na década de 1980 – apenas o exibia.

A partir de 2003, o al-Mansur se tornou símbolo de outra coisa: alvejado na invasão do Iraque pelas forças lideradas pelos EUA, afundou e foi saqueado pela população.
O naufrágio emborcado ainda pode ser visto, em Basra.
Obsessão por telas, já na década de 1960
A obsessão por telas não é um fenômeno tão recente assim: a foto mostra uma fileira especial de poltronas em uma sala de embarque de estação rodoviária em Los Angeles, em 1969, e é parte do acervo da Universidade da California.

Nessa época ainda não dava de levar uma tela no bolso, mas note como as pessoas lotavam essa fileira em que dava para assistir meia hora de programação da TV aberta, bastando colocar uma moedinha no aparelho.
Arte visual em forma de nuvens
Uma estética insólita, na forma de nuvens de verdade, em ambientes especialmente escolhidos: essa é a forma de expressão do artista visual holandês Berndnaut Smilde.

Não é photoshop, ele realmente cria as nuvens, controlando cuidadosamente os parâmetros de umidade da atmosfera do ambiente. Elas são pequenas e efêmeras, durando menos de meio minuto – tempo suficiente para produzir as imagens que o artista registra.
Continua difícil preservar o histórico da TV e do cinema
Preservar a História do cinema e TV é uma luta inglória desde sempre, porque o criador perde o interesse antes que apareça alguém pra manter o acervo.
Foi assim que muitos clássicos brasileiros sumiram em incêndios ou reciclados como cabos de vassoura e outros produtos.

As mídias digitais somem com ainda mais facilidade, e podem ser um desafio quanto a equipamentos, formatos e criptografia.
🗞️ A minha newsletter se chama 500 CARACTERES porque os textos originais dela são publicados primeiro no Mastodon, onde cada pauta individual obedece ao limite de 500 caracteres. Nela eu acumulo histórias interessantes, que depois agrupo na forma de um índice como este, para facilitar o acesso.
🐘 Veja o original desta edição, que foi publicado primeiro no Mastodon.