Um detalhe arquitetônico interessante aqui de Floripa: na próxima vez que passar ali pela esquina onde eram os fundos do Pizza Hut, ponto em que nasce a Av. Gama d'Eça, dê uma olhada para a parte superior da antiga Casa do Barão: no terraço dela ainda tem 2 seteiras, com anteparos onde os habitantes podiam ao mesmo tempo se defender das balas dos invasores e atirar neles.
Foto recente da Casa do Barão, com círculo indicando a seteira do lado direito da fachada.
Ali naquela casa morava o Barão de Batovi (Marechal Manoel de Almeida Gama Lobo D'Eça).
Quando a vingança de Floriano Peixoto pela revolução federalista o alcançou, ele foi preso, levado para Anhatomirim e fuzilado, abraçado ao filho que estava lá apenas para visitá-lo e acabou compartilhando o destino do pai.
Se você mora em lugar que tem criança que adere à tradição de ir pedir doces no final de outubro, lembre de colocar doces na lista de compras dessa semana 🍬👻
Dicas pra escolha: doces embalados individualmente, que criança goste, e que você não vá comer tudo antes da hora.
Infelizmente a solução para a sobrecarga não está em nenhuma ferramenta ou método.
Não há segredo, nem atalho. Pra afastar a sobrecarga, o negócio é alcançar a clareza sobre o propósito das demandas e dos desejos, e aí começar a buscar alinhar a ele o que se faz, considerando as disponibilidades e flexibilidades.
Trocar de ferramenta, ou de método, não afasta sobrecarga nem burnout, se o que se faz não está alinhado ao propósito e não considera as disponibilidades.
Sendo realista, é por isso que nem todo mundo consegue lidar com a sobrecarga, mesmo quando sabe disso. Muitas vezes poder ter essa reflexão e realizar esse alinhamento são privilégios, ou exige estar em situações privilegiadas.
Há duas semanas eu percebi que precisava dar um gás na minha agenda ou chegaria ao final do ano com pendências difíceis de gerenciar. Eu dificilmente perco o controle da minha agenda, mas nessa hora já estava precisando acender a luz amarela.
Dediquei um dia a fazer um inventário e identificar prioridades, e desde então estou colocando em ação uma recuperação, com calma, de forma planejada, e tentando colocar tudo nas condições desejadas para o final do ano, ao longo de um mês.
Está indo bem, a lista de pendências parou de aumentar, as pendências mais urgentes foram identificadas e priorizadas, algumas já estão resolvidas, e as demais estão sendo tratadas em ordem e com os interessados bem informados.
Nem sempre dá pra "confiar no processo", mas quando há condições (inclusive motivação) às vezes dá sim pra colocar em ordem as coisas que a gente tem como controlar.
Nesta edição: steampunk soviético, TRS-80 a pilhas, lontras egípcias e mais
Na newsletter 500 CARACTERES eu reúno curiosidades e histórias que possam ter escapado à atenção coletiva: links que nem são tão recentes, mas sobreviveram à passagem do tempo, selecionados periodicamente a partir do meu acervo.
Nesta edição:
⚙️🌏 O computador analógico steampunk soviético
🦦✨ A lontra foi a capivara do Egito antigo
💬🤏🏻 O encolhimento das frases está acelerando
💻🔋 Seu próprio clone do TRS-80 portátil de 1983
🚃🧑🏻💼 Os trabalhadores pendulares cada vez mais distantes
O computador analógico steampunk soviético
Foto de intrincado interior de um computador analógico, colocando em primeiro plano as suas engrenagens, mas permitindo ver também o globo terrestre (mapa-mundi esférico giratório) usado como mostrador principal, e os mostradores circulares usados para indicar latitude, longitude e iluminação.
Um computador analógico steampunk soviético? SIM! Conheça o Globus INK, usado pelos cosmonautas entre 1967 e 2002, com início no projeto Soyuz.
A mira do Globus mostra visualmente a posição do veículo espacial em relação à Terra, com indicadores adicionais mostrando a latitude, a longitude, a contagem de órbitas e a iluminação (dia ou noite, essencial para operações de acoplagem). Ele tinha 2 modos: posição atual e projeção de pouso.
Escultura em pedra. Representação egípcia de uma lontra, em pé sobre as patas traseiras, com as patas dianteiras estendidas, estimada entre os anos 664 AC e 30 AC.
Lontras? SIM!
Muita coisa escrita no começo da pandemia se perdeu pelo excesso de temas que disputavam nossa atenção, mas isso não é motivo para perder esse artigo de 2022 revisitando uma série de representações antigas, clássicas e contemporâneas das lontras nas artes.
A lontra é tipo uma versão internacional da capivara, queridinha das redes sociais, e não é de hoje: as imagens do artigo começam no Antigo Egito.
Um texto intencionalmente ilegível, em bela caligrafia com letra cursiva
Já notou que as frases vem encolhendo? Isso começou antes do rádio e TV. No século XIX a frase média chegava a 50 palavras. No século XX, 12 a 14 virou comum, com máximo de 20.
A imprensa usava 35 a 40 palavras, hoje usa 20 ou menos. Os relatórios para acionistas em 1970 usavam 17 palavras, hoje tem 13 em média.
A democratização do acesso à comunicação influi, mas frases curtas são mais legíveis (com limites!), e a linguagem evolui em direção a elas.
Foto de um TRS-80 modelo 100, com seu teclado típico dos anos 80, e tela LCD de apenas 8 linhas em modo texto.
Sou um entre tantos nerds fascinados pelo TRS-80 modelo 100, um portátil de 1983(!) que funcionava com 4 pilhas AA – e minha jornada só estará completa quando eu criar meu sucessor dele, como tantos outros (inclusive aqui na rede) já fizeram. E não, eu não tenho nenhum caso de uso que justifique esse desejo, é só fascínio mesmo.
Hoje as peças necessárias não são muito caros, e o gabinete personalizado a gente encomenda em impressora 3D!
Os trabalhadores pendulares cada vez mais distantes
O fenômeno do trabalhador que mora a milhares de km da firma mas comparece para o presencial eventual começou a surgir antes da pandemia, mas ficou um pouco mais comum – eu conheço pessoalmente mais de uma! – a partir de 2020.
Ao contrário do trabalhador pendular ~normal, que mora numa cidade-dormitório e trabalha num centro urbano, esse novo fenômeno busca qualidade de vida, embora tenha vários custos. Me serviria e penso nisso às vezes!
🗞️ A minha newsletter se chama 500 CARACTERES porque os textos originais dela são publicados primeiro no Mastodon, onde cada pauta individual obedece ao limite de 500 caracteres. Nela eu acumulo histórias interessantes, que depois agrupo na forma de um índice como este, para facilitar o acesso.
Pensando em lançar um Dicionário Ilustrado dos Sentimentos, mostrando a imagem de como sentimos cada um deles.
O segundo volume vai ser um Dicionário Ilustrado dos Fonemas, mostrando como é ouvir cada um deles
O Cubo Impossível, parte de uma das célebres ilustrações de M. C. Escher.
Aí em seguida farei uma coreografia descrevendo o brutalismo na arquitetura do século XX, e uma cerâmica representando a diferença entre o salgado, o azedo, o doce, o amargo e o umami.
Não satisfeito, entoarei na flauta-doce um duplo twist carpado, e publicarei uma versão em quadrinhos do número de Avogadro.
Na primeira vez que eu montei uma máquina de fliperama, em 2014, eu usei um monitor posicionado na vertical, e aí sobravam essas faixas escuras enormes, acima e abaixo da tela dos jogos feitos pra fliperamas horizontais.
Montagem de 3 fotos da tela do fliperama (ainda desconectada do gabinete), sendo uma delas mostrando o jogo Nemesis com setas indicando as faixas escuras no monitor, acima e abaixo da tela do jogo, a outra mostrando o mesmo jogo, mas com o espaço das faixas ocupado por artes da máquina original, e a terceira mostrando o jogo Castlevania com as artes da máquina original.
Aí, usando umas opções do emulador que eu não conhecia, editando uns arquivos XML e fazendo uma busca arqueológica no Google Imagens, eu configurei para preencher aquele espaço vazio com a arte que acompanhava ou anunciava as máquinas originais
Estruturando a navegação em 3 painéis, mostrando as pastas, conteúdo da pasta, e nota individual.
O Obsidian tem uma organização bem própria, que faz sentido pra mim, mas às vezes contraria as expectativas e dificulta a transição de quem chega a ele vindo de outras ferramentas como o Evernote, Notion, Apple Notas.
Se é o seu caso, sugiro experimentar de novo, mas agora com o plugin Notebook Navigator, sucesso recente desenvolvido pela comunidade.
Eu uso o Obsidian com poucos plugins, mas esse foi uma surpresa agradável, pois ele transforma a maneira de interagir com os índices, as tags e as notas (além de tornar a interface mais familiar a quem está acostumado com outros aplicativos do ramo).
Print da versão desktop do aplicativo Obsidian, mostrando a organização em 3 painéis.
O print acima mostra como o Obsidian no meu computador ficou após a instalação do plugin. Note que ele estrutura a tela em 3 painéis: um para a estrutura de pastas e de tags, outro para a lista de notas da pasta ou tag selecionada, e o terceiro para a nota que estiver aberta.
Desde o dia que eu instalei, o plugin teve duas atualizações, ativando uma série de novos recursos e opções de configuração. Gostei da postura do desenvolvedor, que interage nos fóruns de usuários do Obsidian.