Aprendi Unix no AIX, na primeira metade dos anos 1990, e vem de lá a minha memória dos parâmetros do tar, de como sair do vi, e outros aprendizados essenciais.
Depois, na segunda metade da mesma década, vieram meus tempos de HP-UX, que vinha com conjuntos de manuais impressos a partir das man, também. A coleção era maior que a Barsa!
Logotipo do HP-UX e tela de uma estação HP rodando o ambiente gráfico CDE
E o HP-UX tinha uma coisa interessante: para alguns comandos, trazia tanto a versão "original" quanto a do BSD. Por exemplo, tinha o df e o bdf. Foi nele que eu aprendi a programar em awk, habilidade que me serve muito bem até hoje.
O HP-UX não vinha com as coisas do GNU, mas a HP publicava um informativo que trouxe um dia uma rotina pra compilar o GCC a partir do cc oficial dele, e aí usar o gcc para compilar os demais componentes do GNU que a pessoa quisesse ter.
Foi do HP-UX que eu pulei para o Linux, a princípio num aprendizado em paralelo, em que predominava o primeiro, mas o segundo logo passou a ser o carro-chefe.
Aliás hoje em dia no Mac eu vivo algo similar ao que o HP-UX fazia com as versões BSD dos comandos: o MacOS é um Unix derivado do BSD e vem com os comandos do BSD, aí a gente instala os pacotes do GNU e fica com versões diferentes pra usar: awk e gawk, date e gdate, etc.
🗞️ A newsletter 500 CARACTERES é publicada integralmente no Fediverso, e nela eu acumulo histórias interessantes, em posts individuais na tag #newsletter, que depois agrupo na forma de um índice como este, para facilitar a disseminação.
💥 O objetivo é compartilhar curiosidades e histórias que possam ter escapado à atenção coletiva – e não notícias ou novidades. Portanto, prepare-se para links nem tão recentes, mas igualmente atrativos, coletados a partir do meu acervo.
Hoje quando eu estava naquela área cinzenta entre dormindo e acordado, me veio um pensamento muito distópico: agora com a IA generativa vai ficar muito mais fácil pegar qualquer música chiclete ou qualquer grande sucesso do passado e fazer aquelas versões "sambô", versões chipmunks, versões violão de barzinho, versões bossa nova etc.
O futuro da música é ainda pior do que ter músicas "originais" feitas por IA: estaremos sujeitos a um ciclo infinito de versões derivadas
Uma coisa que quem já está no mercado de trabalho pode fazer pela inclusão das pessoas menos representadas é INSISTIR para que elas se inscrevam e levem a sério a seleção pras vagas.
Reiteradas pesquisas demonstram que os públicos privilegiados (tipicamente homens brancos cis het) se inscrevem quando acham que tem 50%~60% da qualificação exigida, enquanto quem é de populações vulneráveis está acostumado a enfrentar viés e só se inscreve quando tem evidências de 100% do que foi pedido, o que facilita ainda mais o cenário dos privilegiados, e dificilmente ajuda quem já tem o cenário contra si.
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Sou fã do Todoist há anos, inclusive porque não faltam maneiras de enviar tarefas para ele a partir de outros programas. A partir de 2025 eu passei a fazer isso pela API REST, usando um script bem simples, que se limita a uma chamada ao utilitário curl, como você pode ver na imagem:
Tela do BBEdit mostrando o código-fonte completo do meu script todoist-addtask.sh
O script todoist-addtask.sh precisa ser configurado no ponto indicado em um comentário, usando o seu token pessoal da API do Todoist (pegue o seu em Configurações/​Integrações/​Desenvolvedor, e não o mostre a ninguém!).
Depois de transformando em executável, pode ser executado como no exemplo:
./todoist-addtask.sh "Colocar o café para aerar" "amanhã 21h"
No primeiro parâmetro (descrição da tarefa) você pode até mesmo colocar referências a #projetos, @tags ou prioridades (p1, p2, p3), como faria ao digitar uma descrição de tarefa na interface do app.
Motivação
Incluir tarefas a partir de outros programas ou scripts é bem útil para demandas que surgem da própria execução dos scripts (por exemplo, me avisar pra providenciar porque um disco de backup está perto de lotar), mas também é uma questão de conforto – por exemplo, eu tinha uma tarefa para me lembrar de tomar remédios à noite, mas não queria que ela ficasse o dia inteiro visível na interface "Hoje" do app, então coloquei em uma crontab para enviar diariamente, às 19h, e-mail ao Todoist definindo essa tarefa.
Durante anos eu usei para isso, com muito sucesso a integração que o Todoist tem com o e-mail, que também permite enviar tarefas ao Todoist a partir de scripts diversos, ou diretamente da crontab de algum servidor, sem programar nada – basta fazer o programa enviar um e-mail para o endereço adequado.
Funcionava muito bem para mim, até que no início de 2025 o Todoist resolveu colocar IA na jogada, e minhas definições de tarefas começaram a ser reescritas – não só o texto, mas também os parâmetros de execução, de várias formas que efetivamente me atrapalhavam e impediam a finalidade original. Hoje essa ~opção consta na documentação como algo que precisa ser ativado manualmente, e que pode ser desativado nas configurações avançadas, mas no meu caso a ativação foi automática e sem me perguntar nada, infelizmente.
Me desagradou, mas felizmente agora é desativável, e eu tinha a carta da API REST na manga. Espero que não resolvam atrapalhar isso também!
Esse combo frequentemente é configurado em teclas de atalho (também em teclados comuns, aí via utilitários), e é formado pela simulação do pressionamento simultâneo das teclas Shift, Control e Alt (todas do lado esquerdo do teclado).
Posição das teclas integrantes do Meh em um teclado comum, feito para Windows.
Essa combinação raramente é usada em aplicativos, porque é inconveniente digitar esse combo em teclados comuns feitos pra Windows, e assim é relativamente seguro considerar que ele estará disponível para usar em seus atalhos pessoais.
Na prática, a gente configura uma tecla física pouco usada (tipo sei lá, a Control do lado direito) pra passar a funcionar como tecla Meh, e depois vai lá nos nossos utilitários ou no próprio sistema operacional e define comportamentos globais tipo:
Meh + W ➱ Procura na Wikipédia o trecho selecionado
Meh + C ➱ Seleciona e copia o parágrafo inteiro em que estiver o cursor
Meh + ^ ➱ converte para maiúsculas o texto selecionado
Meh + ⬆ ➱ move o parágrafo do cursor, para que ele fique acima do parágrafo que agora está acima dele
Meh + PrtScr ➱ Minimiza todas as janelas e coloca o Excel em primeiro plano pra quando o chefe aparece
...
...e assim por diante – afinal, são atalhos pessoais, e cada um define os que fazem sentido na sua rotina e podem ser implementados nos utilitários à sua disposição (eu uso o Keyboard Maestro pra isso, mas existe uma infinidade de utilitários do ramo, grátis e pagos, abertos e fechados, para diversas plataformas).
Etimologia
Eu não sei a razão desse nome "Meh", mas imagino que seja porque o combo mais completo, com as 4 modificadoras – as 3 da tecla Meh, mais a tecla Super (ou Windows, ou Command) – se chama Hyper, então o combo de 3 teclas do Meh é mesmo menos impressionante e merece a gíria.
Claro que absolutamente nada disso exige ter um teclado mecânico ou um teclado com firmware configurável - dá pra fazer por utilitários em quase todas as plataformas, também.
⚠️ Alerta de conteúdo técnico de interesse restrito a seguir.
Se o seu teclado é recente e configurável usando VIA ou QMK, você pode referenciar o Meh como qualquer outro combo. O nome próprio desse combo é KC_MEH, e, além dele, em outros contextos onde você poderia escrever LALT(KC_TAB) para se referir ao pressionamento simultâneo de Alt+Tab (no caso, o Alt da esquerda, ou LALT), você pode escrever MEH(KC_TAB) pra se referir ao combo de 3 teclas do Meh (Alt, Control e Shift) + Tab.
Dependendo do contexto, o combo Meh também aparece com outras designações nas configurações do QMK - por exemplo, se você estiver configurando uma tecla com Mod-Tap (MT), uma das modificadoras disponíveis é a MOD_MEH. Também existe um atalho chamado MEH_T(kc).
A documentação do QMK é o lugar certo para entender tudo isso, caso você tenha interesse.