O buraco da IA é fundo mas está dentro de outros buracos - na escola e no trabalho
É verdade que os alunos estão buscando o caminho infrutífero de colar tudo da IA, mas também é real que o sistema escolar1 os treinou, anos e anos a fio, a valorizar mais a nota recebida com base em conformidade, do que a perseguir o aprendizado.
A mesma reflexão vale para o ambiente de trabalho que ensina a valorizar presteza e volume de entregas, e não a qualidade ou grau do produto.
Pior: ao invés de automatizar, o certo seria mesmo extinguir os processos de trabalho que circulam informação cujo valor é tão baixo a ponto de poder ser produzido sem envolver conhecimento humano2, ou cujo produto não precisa ser lido na íntegra e pode ser substituído pela leitura de uma síntese gerada por uma máquina.
De uma forma ou de outra, tudo desemboca negativamente sobre as pessoas que hoje estão nesses cenários. O aluno perde oportunidade e não aprende, o professor fica ainda menos motivado, o trabalhador vira apertador de botão desvalorizado ou acaba sendo descartado.
São buracos AINDA MAIS FUNDOS do que parecem a princípio.