Quem lembra do envelope vai-vem?

Eu ainda tinha que usar nos anos 90, quando a empresa já tinha correio eletrônico, porque ainda não tínhamos solução para digitalizar documentos para anexar, especialmente no caso de documentos assinados.

um envelope vai-vem com fecho de barbante para facilitar o reuso - nada de fitas adesivas! - e 8 blocos de endereçamento. No verso ele tem espaço para mais endereçamentos

Os envelopes vai-vem (que ainda existem!) eram a solução interna em empresas pra mandar documentos pra outro departamento. A gente riscava os quadros sobre entregas anteriores desse mesmo envelope e aí anotava, no primeiro quadro disponível, no campo "De" o nosso nome, no campo "Para" o nome e departamento da outra pessoa, e largava em uma pilha.

O protocolo era em duas camadas, com MDA e MTA. No departamento, uma pessoa era responsável pelo recebimento e entrega. Ela cuidava da pilha e a entregava para outra pessoa, responsável pela transferência, que passava em determinados horários pra recolher a pilha do departamento, e entregar uma outra pilha contendo só envelopes direcionados ao nosso departamento.

Quando chegava essa pilha, a pessoa responsável pelo recebimento e entrega colocava em ordem e saía entregando o envelope a cada um, ou deixando em cima da mesa se o destinatário não estivesse lá na hora.

Quando a empresa funcionava em múltiplos prédios, o agente de transporte ainda podia ter que entregar a mais um nível de protocolo, que acumulava pilhas de envelopes em malotes e fazia a expedição para cada local, também em horários pré-determinados.

A foto mostra um modelo luxuoso de envelope vai-vem, com fecho de barbante (para evitar que a gente usasse fita adesiva que prejudicaria o reuso) e um quadro detalhado para descrição do conteúdo. Na minha experiência, só preenchíamos mesmo o De e o Para, e fechávamos com grampeador.

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Self-hosted não é a resposta certa pra todo mundo

Luzes piscando nos elementos ativos de uma infraestrutura de self-hosting em cima de uma escrivaninha

A pessoa opta pela alternativa self-hosted de um blog, uma newsletter, etc., segue um tutorial de instalação e, quando vai perceber, era um esquema de pirâmide e agora ela tem que administrar um banco de dados, ficar continuamente atenta a incidentes de segurança, sofrer quando a linguagem de programação tem um upgrade que gera incompatibilidades inesperadas, etc.

É ótimo pra quem curte (eu curto, mas com ressalvas, e já curti bem mais, no passado), e também funciona suave pra quem tem muita sorte com a estabilidade e longevidade de algum pacotão pré-pronto.

Aliás, foi por cansar disso que há 11 anos eu programei meu próprio CMS, o Axe (que hospeda este blog, e mais alguns por aí): eu cansei de dependências externas, ele gera e mantém só HTML estático e a sua dependência é ter o PHP acessível a partir da shell (no httpd não precisa).

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O Obsidian é complexo, mas não precisa ser complicado

O Obsidian deixa mais à vontade quem se identifica com as demandas originais da sua criadora - uma programadora que sentia falta de recursos avançados. Ao dar seus primeiros passos, lembre-se do princípio KISS, e mantenha tudo simples, até poder alçar voos mais altos na sua configuração.

Os plugins, as janelas subdivididas e os recursos avançados podem aguardar!

Interface - como eu uso o Obsidian

A interface do Obsidian oferece muitos recursos avançados e complexos, mas eu a uso no Desktop em um formato básico: uma nota aberta por vez, com a barra lateral visível e mostrando a lista de pastas e de notas do Cofre atual.

print de janela do Obsidian com 3 setas numeradas apontando para elementos da sua interface visual descritos no texto do post.

A imagem mostra, com setas numeradas: (1) onde ativa a barra lateral; (2) onde mostra as notas; (3) os controles de pastas e notas (criar pasta, criar notas, reordenar etc.).

Desafios no Obsidian - dividir para conquistar

O Obsidian é riquíssimo em recursos, e sugiro explorá-lo aos poucos, a não ser que você já chegue conhecendo parte dos seus fundamentos – por exemplo, se está acostumado a editores similares, ou se já criou em Markdown na Wikipédia ou no Github.

Na continuidade desta série, vou manter o foco no básico, e dividir o conteúdo em 3 partes: a interface do app, a organização das notas e a sua formatação.

Obsidian no Mastodon e no blog

O Obsidian atualiza regularmente as novidades do app (e de sua comunidade) em seu perfil no Mastodon, que é @obsidian@mas.to. Os posts incluem avisos de lançamentos de novas versões, evolução nos recursos e na infraestrutura do app, e muito mais.

O app também tem um blog, e eu sugiro começar a leitura pelo post que lista os melhores plugins, ferramentas, temas e outras categorias, na votação dos usuários, agora no final de 2023.

O manual oficial do Obsidian

Boa documentação é importante para dominar uma ferramenta cheia de recursos, opções e modos de uso – e o manual do Obsidian corresponde: é completo e organizado, trazendo um guia inicial simples e também uma referência detalhada.

Já a tradução oficial do manual hoje não está atualizada e contém alguns erros – se puder, contribua com ela!

Rejeite a covardia comunicacional

Uma mulher exasperada tapando a boca de outra que estava lhe dando desculpinhas para não fazer algo

Sabe aquela pessoa que diz “desculpa qualquer coisa”, que está disposta a admitir que a situação está errada (mas não a corrige), que te encontra e reclama que você sumiu (mas jamais te procurou, ou te viu mas não foi falar), que finge ou promove a sua própria incompetência pra escapar das tarefas que considera indesejadas?

Aquela que tenta sair de vítima das situações que causou ou deveria ter evitado?

Fuja dela! E se ela for você, apenas pare.

Voluntariado também precisa (muito!) de gestão e governança

Estou nesse rolê de coisas tecnológicas comunitárias (open source, etc.) desde 1994, e já vi dezenas de vezes o mesmo filme triste: uma comunidade surge unindo esforços por um interesse comum, mas fratura quando começa a ter retorno, porque ninguém concorda sobre como prosseguir.

Se hoje não ter dono é bonito, amanhã vai fazer falta. Combinado não sai caro!

Do contrário, acontece o de sempre, que é sempre uma pena: fica o domínio pra um, o nome pra outro, o principal desenvolvedor cria um fork concorrente, etc. – dividindo recursos e o apoio, cada um se achando certo, e se colocando como o herdeiro legítimo do objetivo original.

E todos sabemos o que acontece ao tentar fazer uma divisão justa sem combinar critérios antes.

Sincronizando o Obsidian - sem pagar.

Embora exista o plano pago do Obsidian Sync, a documentação oficial do aplicativo tem informações abundantes sobre como sincronizar sem pagar, usando recursos que você já tenha, como Dropbox, iCloud, Google Drive, OneDrive e SyncThing, entre outros.

É assim que eu uso, todos os dias: o Cofre do Obsidian que armazena esta Nota está no Dropbox, sincronizado entre meu computador e meu celular.