Contexto: Billy the Kid e seu bando estão fugindo da lei, que finalmente resolveu reunir uma quantidade de gente suficiente para colocar em seu encalço e ter chances de cercá-los.
Correria, tropel, pequena vantagem a favor dos foragidos, mas subitamente eles se vêem à beira de uma ravina, e interrompem prontamente o galope. Não podem avançar, não podem mais recuar (os perseguidores estão à vista no mesmo caminho pelo qual eles vieram), e não sabem o que fazer.
Nisto surge Chávez, o descendente de apaches e de mexicanos que faz parte do bando e havia ficado um pouco para trás. Percebendo a situação em que seu grupo se encontra, ele volta suas atenções para a montaria. Aperta o cavalo e grita: "Assay, assay!" O cavalo prossegue em desabalada carreira, descendo a ravina na mesma velocidade em que vinha.
Inspirados, os outros membros do bando (com Billy à frente) estimulam também suas montarias, e gritando "Assay, assay", descem o desfiladeiro aos trancos, exatamente quando as forças da lei alcançam o ponto em que eles estavam – mas elas não têm a mesma motivação em descer o despenhadeiro.
Corta para meia hora depois, quando param para descansar e dar água aos animais. Billy the Kid aproxima-se de Chavéz e comenta como foi impressionante o seu gesto de coragem, e como inspirou os demais. Termina elogiando a cultura indígena, e pergunta: afinal de contas, o que significa Assay?
Chávez responde, de pronto e com a típica fleugma de personagem de filme de bangue-bangue:
– 'Assay' significa 'Pare', mas o maldito cavalo não entendeu!
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Publiquei esse texto – que descreve uma cena do filme Young Guns –, originalmente na versão antiga deste blog, que também residia em trilux.org. Foi em 31 de agosto de 2005.