Um teclado auxiliar configurável pelo navegador

Se você está em busca de um teclado auxiliar ou teclado de macros e cansou de sofrer com modelos cuja configuração depende de instalar um programa duvidoso oferecido por um site desconhecido, tenho uma dica: este modelo do AliExpress com 15 teclas e 3 dials pode ser configurado pelo navegador.

Um teclado auxiliar com 15 teclas e 3 dials giratórios

Fotografei ao lado de uma caneta para dar ideia do tamanho. Ele é com fio (USB C) e sem iluminação, bem como eu gosto.

Teoricamente, qualquer teclado que diz ter suporte a QMK/VIA pode ser configurado por navegadores com suporte a WebHID, acessando o site do VIA. A quantidade dos teclados que prometem isso nos sites de varejo internacional vem aumentando, e você pode confiar neles conforme a sua preferência, mas no caso do teclado acima, eu confirmo que fiz o teste e deu certo.

Aproveitei e testei também com o Vial, uma alternativa open source e que roda nativamente no Linux, Windows e Mac (instalei no Mac, via Homebrew). Funcionou igualmente bem.

Três dials são um conforto para manipular imagens (por exemplo: zoom, rotação e pan), mas configurar de acordo com os atalhos do aplicativo que você usa exige ter acesso às opções; poder fazer isso sem instalar nada – ou ao menos instalando de procedências conhecidas – é muito bem-vindo.

Um jogo de 10 teclas com tampa transparente

Vale destacar que ele vem sem as teclinhas. A foto mostra teclas que eu comprei em branco para imprimir meus próprios símbolos, em papel comum, para depois posicionar sob a tampa transparente delas.

O Ego, primeiro clone brasileiro do IBM PC, vinha com Unix

Na data de hoje, mas em 1983, a brasileira Softec lança o Ego, que ficou conhecido como o primeiro clone do IBM PC lançado no Brasil. Além de DOS e CP/M, ele vinha com o Analix, um sistema multitarefa Unix-like mas não muito (e aparentemente clonado a partir do QNX).

matéria de revista com foto do Ego e o título: Ego, da Softec - Compatível com IBM PC, multiusuário e com sistema operacional baseado no Unix.

A versão inicial do Ego vinha com 64 KB de RAM (expansíveis até 1 MB) e prometia compatibilidade com discos rígidos de 5 e 10MB.

O OVNI visto por mais de 20 mil brasileiros em 1982

Na data de hoje, mas em 1982, o Operário (MS) e Vasco se enfrentavam pela segunda fase do Campeonato Brasileiro quando um estranho objeto cruzou o céu e muitos torcedores de forma simultânea acompanharam o fato, sendo o maior avistamento coletivo de um OVNI da história, com cerca de 24 mil pessoas acompanhando o fato durante a partida realizada em Campo Grande (MS).

Capa do jornal Correio do Estado com a manchete: Um OVNI, espetáculo na Capital

“Um disco voador! Essa frase foi exclamada por muita gente em Campo Grande, sábado, por volta das 20h30, quando um facho de luz – oscilando nas cores azul, verde limão, vermelho e amarelo – cortou parte do céu escuro da Capital, numa velocidade superior a de um supersônico”.

Com essas palavras, o jornalista Paulo Nonato de Souza, repórter do Correio do Estado em março de 1982, descreveu a cena que até hoje intriga os torcedores e jogadores que estavam no estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, naquele sábado.

Um clone de Apple II e um editor pirata: o Sistema Unitron de Processamento de Palavra

Na data de hoje, mas em 1983, o Brasil da reserva de mercado de informática tentava encontrar seus caminhos pela microinformática, e a Unitron demonstrou, no MicroFestival 83, o Sistema Unitron de Processamento de Palavra, em que uma máquina de escrever Olivetti imprimia os textos criados no aplicativo (pirata) Magic Window rodando no AP II da Unitron, um dos primeiros clones brasileiros do Apple II.

Nota da revista MicroMundo de Abril de 1983 mostrando e descrevendo o Sistema Unitron de Processamento de Palavra

A Unitron teve uma história longa clonando os equipamentos da Apple, durante esse período de imunidade legal: foi ela que mais tarde produziu o Unitron Mac 512, o clone brasileiro do Macintosh original que fez a Apple unir forças com Microsoft, IBM e outras empresas para fazer lobby junto ao governo dos EUA, que ameaçou com sucesso o governo brasileiro (na gestão Sarney) de sanções comerciais caso ele chegasse mesmo a ser vendido.

E o Magic Window também merece menção especial: um dos melhores editores de texto daquela época, tirava leite de pedra - por exemplo, com suporte a formatar e imprimir o texto com maiúsculas e minúsculas, em linhas de 80 colunas ou mais, mesmo nos Apple II mais básicos, com tela de 40 caracteres, e com teclado e exibição de tela apenas em maiúsculas.

Feliz aniversário, ZX81

Na data de hoje, mas em 1981, foi lançado o lendário Sinclair ZX81, o computador com teclado difícil de apertar ao qual devo meu início na programação (por meio do clone brasileiro TK83). O ZX81 tem história, e merece ser contada, mas hoje trarei apenas alguns detalhes selecionados:

Anúncio em revista inglesa descrevendo o então recém-lançado ZX81

💰 O ZX81 foi um grande sucesso, tendo vendido mais de 1,5 milhões de unidades oficiais. A Sinclair Research viu seu lucro - que no ano anterior foi de pouco menos de 1 milhão - crescer para mais de 8 milhões de libras esterlinas no ano do lançamento desse modelo.

🇺🇸 Além de dominar o mercado inglês, o ZX81 também se expandiu nos EUA, onde aproveitou o diferencial de custar menos de 100 dólares (o preço oficial era US$ 99,95)

👬🏻 Seus clones foram sucesso em vários países, inclusive com modelos produzidos por marcas como Samsung e GoldStar (hoje LG).

🇧🇷 Na América do Sul, havia uma variedade de clones em países como Argentina e Brasil – onde tivemos o NE-Z8000, TK82C, TK83, TK85, CP-200 e vários outros.

1️⃣ O primeiro computador em que programei foi um clone de ZX81: o TK83 da Microdigital, que comprei usado em 1987.

🪖 Os clones vendiam tão bem no Brasil a ponto de atrair a atenção da Sinclair, que processou fabricantes nacionais, em uma batalha que ela estava destinada a perder (e perdeu), porque o regime militar não permitiria um precedente que enfraquecesse a reserva de mercado de computadores.

🏃🏻 O sucesso dos clones da Microdigital - que chegava a anunciá-los na TV e abriu sucursais em várias capitais - foi tanto que ela chegou a exportá-los para a Argentina, onde acontecia uma curiosa situação: os TKs brasileiros eram colocados à venda lado a lado com os ZX originais ingleses, que também estavam à venda no mercado local.

🏆 Podendo escolher livremente, nas condições acima e naquela época, eu preferiria comprar o refinado TK85, da Microdigital, do que um ZX81 original.

Feliz aniversário, ZX81!

Formatação avançada no Obsidian - tabelas, diagramas e matemática

Print do Obsidian mostrando a interface dividida para mostrar dois documentos, sendo um deles com um exemplo de notação Mermaid e o diagrama de sequência produzido por ela, e o outro mostrando o uso da notação LaTeX para representar visualmente  uma operação matemática com matriz

O suporte a formatação no Obsidian inclui recursos extras que os interessados encontrarão na descrição detalhada do manual, incluindo:

  • Tabelas usando sintaxe Markdown (barras verticais e hífens)
  • Diagramas de processo, estrutura e linhas do tempo, usando sintaxe Mermaid
  • Expressões matemáticas, usando notação LaTeX.

Puro suco de reserva de mercado: o “TRS-80 Modelo IV” da Sayfi

Na data de hoje, mas em 1983, a Sayfi (futura Milmar) expôs em um evento o seu “TRS-80 Modelo IV” – ela usou na cara dura o logotipo e a marca da Radio Shack e se antecipou à original, que de fato lançou um TRS-80 Modelo 4 (totalmente diferente) nos EUA logo após.

Era uma época selvagem, e no mesmo ano a Sayfi também tinha lançado, em parceria com a loja Computerland, o lendário Dactari: seu clone do Atari 2600 que logo ganhou injeção de capital e mudou de nome para Dactar para reduzir o confronto com a licenciada oficial Gradiente – na mesma ocasião, a Sayfi passou a se chamar Milmar.

Matéria da MicroMundo de abril de 1983 descrevendo o “TRS-80 da Sayfi”

O “TRS-80 Modelo IV” que a Sayfi lançou no Microfestival, em São Paulo, prometia ser uma amálgama dos modelos anteriores dos EUA (TRS-80 modelos I, II, III e Color), e nada tinha a ver com o TRS-80 Modelo 4 que de fato foi lançado nos EUA pela Radio Shack no final do mês seguinte, que foi uma evolução que mantinha compatibilidade com o bem-sucedido Modelo III.

Além disso, é curioso que o não-clone nacional tenha adotado a numeração em algarismos romanos, como no restante da série oficial – e o modelo oficial tenha feito a transição para ser simplesmente "Model 4".

4 de março de 1984, um marco curioso na história do padrão MSX

Na data de hoje, mas em 1984, aconteceu um marco do padrão MSX – ao menos sob o ponto de vista da Microsoft, que em tese entende do assunto: afinal, a sigla dela se reflete nas duas primeiras letras do nome do padrão dos populares computadores do final dos anos 80.

Segundo a linha do tempo da MS, foi nessa data que:

4 de março de 1984 - A Microsoft uniu forças com a Spectravideo e quatro empresas japonesas para estabelecer um padrão de compatibilidade de hardware/software baseado no popular microprocessador Z80® de 8 bits. O padrão, denominado MSX, foi anunciado em 15 de junho de 1983 e disponibilizou um novo conjunto de especificações padrão para que diversos programas de software fossem compatíveis com computadores domésticos de baixo custo de diferentes fabricantes. O MSX foi desenvolvido principalmente para o mercado japonês como o primeiro formato unificado no Japão para software ou hardware. Nunca foi adaptado para venda nos EUA.

Mas como interpretar isso? A Microsoft estava envolvida com o MSX desde o princípio, e o próprio texto dela, acima, afirma que o anúncio oficial do padrão MSX já tinha sido no ano anterior.

Disquete de 3½, de 1984, contendo o MSX-DOS

Pode ter sido simplesmente um engano, mas minhas pesquisas iniciais apontam que nesse período aconteceu mesmo um marco: nesse momento, o MSX-BASIC já existia, mas o MSX-DOS ainda enfrentava algumas dificuldades: funcionava em equipamentos de desenvolvimento, no laboratório dos EUA, mas não nas máquinas de verdade, nas indústrias japonesas – e foi nesse momento que uma máquina MSX “de verdade” foi levada até o lendário Tim Paterson (também autor do MS-DOS 1.x), nas instalações da MS em Seattle, e ele pôde debugar o MSX-DOS em condições reais, até conclui-lo, no dia 23 do mês seguinte.

Quadros explicativos (callouts) no Obsidian

Para fazer um quadro no seu texto, para destacar uma dica, um alerta ou uma referência, por exemplo, você pode usar os callouts, que têm a mesma sintaxe de uma citação (uma sequência de linhas iniciadas por >) mas que incluem na primeira linha um identificador especial, que pode ser [!info], [!check], [!cite], e vários outros tipos.

print de tela do Obsidian exemplificando um callout de múltiplas linhas e um callout contendo apenas a linha do título

Alguns tipos de callout: abstract, info, todo, tip, success, question, warning, failure, danger, bug, example, quote

Citações no Obsidian

Para incluir uma citação no seu texto, basta iniciar as linhas da citação com o caracter >.

print de tela do Obsidian exemplificando uma citação em 2 níveis.

Você pode até mesmo aninhar citações dentro de outras citações, bastando iniciar as linhas do segundo nível com >>. Ou com >>>, se houver um terceiro nível, e assim por diante, como no exemplo.