Livros para aprender sobre o baralho cigano
Compartilho a seguir um rol de livros para quem quer saber sobre o baralho cigano. Para cada livro está indicado o ano da edição que eu tenho.
📕 BARALHO CIGANO - TRADIÇÃO, TEORIA E PRÁTICA, por André Mantovani (2020) - é o que eu mais recomendo como 1º livro. Conta bem o contexto do brasileiríssimo baralho cigano (e sua origem no europeu Petit Lenormand), explica detalhadamente cada uma das 36 cartas com a interpretação brasileira, trata brevemente (mas direitinho) das técnicas de tiragem/leitura, e ao final tem uma boa seção de perguntas e respostas. Ponto negativo: mistura com astrologia (felizmente em capítulos à parte).
Esse mesmo livro do Mantovani é vendido numa edição que vem em uma caixa na qual acompanha o baralho que eu uso nas minhas tiragens, e cujas fotos ilustram os posts deste perfil: o rico e simbólico baralho cigano ilustrado por Cristina Martoni (2008), restaurada para essa edição pelo ilustrador Lucas Teles Campos.
☕ O LIVRO COMPLETO DO BARALHO PETIT LENORMAND, por Odete Lopes Mazza (2023). Este não é um livro sobre o baralho cigano, e sim sobre seu congênere europeu. Mas Lopes Mazza tem muito conteúdo sobre interpretação e combinação de cartas, e isso faz com que sua obra seja um bom SEGUNDO livro para quem quer conhecer o tema, em especial quanto às técnicas e atos, mas não tanto quanto ao significado das cartas (pois embora haja muitos pontos de contato, as diferenças também são importantes).
Assim como o livro do Mantovani, esse livro da Lopes Mazza trata a leitura de cartas mais como técnica (e percepção) do que como um poder místico ou algo assim. Ele me agrada por isso – não que eu tenha algo contra a visão mística ou religiosa do tema, mas porque penso que ao abordá-las separadamente, o tema fica ao alcance de mais leitores (que eventualmente se interessarão em ir buscar a visão complementar).
💃🏻 O TAROT CIGANO DA TRYBO CÓSMICA, por Katja Bastos (2018). A Katja Bastos tem o mérito de uma contribuição inestimável no momento em que, no final do século XX, foi buscar nas práticas do sincretismo tipicamente brasileiro uma codificação das leituras do que por lá se chamava de baralho cigano - evolução do Petit Lenormand ao longo de 2 séculos. O livro conta essa história e serve para entender por que as interpretações brasileiras são tão diferentes das europeias, pras mesmas cartas.
🔮 TARÔ DO CIGANO, por J. DellaMonica (2024). A exemplo da obra de Katja Bastos, esse livro também fez parte da codificação do baralho cigano no Brasil, bebendo nas fontes do sincretismo para registrar os significados e técnicas do tarô cigano. A história do baralho, contada no início, me parece fantasiosa – e no livro a questão religiosa está permanentemente presente, também. Mesmo assim, é um bom TERCEIRO livro sobre o tema, porque é rico na descrição das combinações de cartas.