Trampolim.sh: script para publicar na web as notas do Obsidian

Exportar para HTML e publicar na web as notas do Obsidian é uma necessidade comum no meu dia a dia, e eu a automatizei na forma do script trampolim.sh, que recebe como parâmetro o caminho da nota e (opcionalmente) o endereço para publicação na web, e se encarrega (via pandoc e scp) da conversão para HTML responsivo e envio do arquivo.

É open source e ele ganhou uma página própria com todos os detalhes: Trampolim - conversor e publicador web de arquivos em Markdown. Tem até FAQ!

Abaixo o “Inbox Zero” ao conectar suas notas no Obsidian!

Se você já tem material organizado em outra ferramenta e o migrou para o Obsidian, ou mesmo se sua base já está no Obsidian mas organizada em notas grandes e com poucos links, cuidado para não dar um passo maior do que as pernas!

Acrescente links conforme cria novas notas e reorganize o seu acervo aos poucos, conforme faz uso dele, com tempo para a reflexão e para desenvolver um modelo bem adaptado ao seu contexto!

Cuidado com metas ruins!

“Inbox Zero”, ou a tentativa permanente de zerar a caixa de entrada, era uma meta popular na virada do século, e que coloca a lista de demandas no controle da nossa priorização.

Para algumas coisas faz sentido, mas nem sempre. Quando processo as notas do Obsidian, geralmente tenho mais de 30 lembretes na fila. Eu começo pelos mais recentes e com a meta de processar 10 deles.

Tentar sempre zerar a fila conduz a notas apressadas!

Este post é parte da série sobre o Obsidian que venho publicando a partir de fevereiro de 2024, e que você pode acessar na íntegra navegando pela tag Obsidian aqui no blog, ou pela thread do Mastodon.

Características de uma boa nota no Obsidian

Além do que já vimos ao tratar do conceito de notas atômicas, aqui estão algumas qualidades que você pode adequar ao seu contexto e buscar em cada nota que criar. A nota ideal:

❏ Tem um objeto único e o descreve completamente
❏ É compreensível sem leituras adicionais
❏ É escrita com suas palavras do dia a dia
❏ Registra a importância do assunto
❏ Tem tags e link para pelo menos uma outra nota

Algumas das características ajudam a preservar o seu entendimento quando retornar a essa nota, e outras facilitam encontrá-la quando pesquisar por ela no futuro.

Invista na organização do seu Obsidian

Para ampliar o valor futuro da informação, aproveite o momento da inclusão para alguns cuidados adicionais:

  • Evite notas redundantes. Se já existia uma nota tratando do mesmo objeto, adicione a ela, ou divida-a em duas, cada uma com um tópico específico.
  • Descreva as imagens. Não apenas pela acessibilidade, mas para serem encontradas em uma futura busca.
  • Acrescente links à sua nova nota em outras que toquem no assunto.

Notas duradouras - Como eu faço o processamento no Obsidian

Quando eu processo, alguns lembretes são descartados logo após serem lidos, outros viram rapidamente uma anotação na minha agenda de compromissos ou de contatos.

Mas os mais interessantes viram notas no Obsidian, muitas vezes com a transcrição completa da página ou documento que eu havia posto no lembrete, mas sempre enriquecidos com pelo menos um título e descrição originais, tags, e (quando adequado) links para outras notas.

Processe regularmente os seus lembretes.

É importante que o processamento seja periódico. Minha agenda me lembra de processar os lembretes duas vezes por semana, e geralmente nesse momento eu tenho algumas dezenas de lembretes acumulados para transformar em notas do Obsidian.

Eu começo pelos mais recentes e com a meta de processar 10 deles. Se tiver tempo ou me empolgar, faço mais.

Resista à tentação de queimar etapas e já ir processando conforme captura: o resultado se beneficia de haver tempo para reflexão.

Este post é parte da série sobre o Obsidian que venho publicando a partir de fevereiro de 2024, e que você pode acessar na íntegra navegando pela tag Obsidian aqui no blog, ou pela thread do Mastodon.

Como gerenciar pendências com menos esforço

O pessoal do Todoist perguntou a seus usuários mais avançados qual segredo eles compartilhariam, e só veio dica boa:

🛠️ Focar mais em hábitos (captura, revisão, etc.) do que em ferramentas

🏹 Manter tudo simples, flexível e integrado

➗ Dividir projetos em tarefas menores, com uma entrega ou ação por vez

🛋️ Saber quando repousar e desligar

💯 Registrar tudo, sem deixar nada dependendo da memória

🎯 Priorizar de acordo com os objetivos

Zettelkasten: Como eu faço a captura para o Obsidian

Na minha implementação do processo preliminar do Zettelkasten, configurei atalhos no celular e no desktop para preservar, com ações simples e que não exigem interação adicional: 1. qual o app que está aberto; 2. em qual documento (URL, path ou título); e 3. qual o texto que está selecionado. E só.

Se é um lembrete do mundo físico, uma foto ou um áudio descrevendo servirão.

Preservando esse mínimo de informações, e sabendo que logo voltarei ao assunto (na hora do processamento), eu tenho tudo que a Captura exige.

Não tente adiantar a categorização ou o detalhamento.

Ao desenvolver a sua rotina, lembre-se que a captura de informações (que ainda não são notas!) precisa ser feita em uma ferramenta que esteja sempre à mão e acessível com poucos passos.

Há quem faça a captura em uma pasta específica no Obsidian (às vezes com ajuda de um plugin ou bookmarklet), mas também pode ser em apps como Pocket, Instapaper, Omnivore, Hoarder, o app de notas nativo do seu celular, etc. – qualquer lugar que você sempre consiga acionar sem demora nem esforço.

Perspectiva histórica e senso comum

O Zettelkasten como conhecemos hoje nasceu (com fichas em papel) na década de 1950, mas se baseia em técnicas conhecidas desde pelo menos o século XVI.

Separar a captura e o processamento também não é novidade: meu avô andava com papel e caneta no bolso rabiscando o dia todo, e na manhã seguinte transcrevia; meu pai fazia o mesmo, levando no bolso um gravador de microfitas que à noite gerava atualizações na agenda.

Este post é parte da série sobre o Obsidian que venho publicando a partir de fevereiro de 2024, e que você pode acessar na íntegra navegando pela tag Obsidian aqui no blog, ou pela thread do Mastodon.

Método Zettelkasten no Obsidian

Zettelkasten significa caixa para guardar fichas, e é um esquema personalizável para organizar anotações, baseado em dois passos distintos:

  • Captura permanente: guardar um lembrete sempre que uma informação interessante aparece em nosso caminho.
  • Processamento periódico: decidir o que fazer com os lembretes, incluindo transformá-los em notas, reescrevendo-as tendo em vista seu valor futuro.

O lembrete pode ou não ser guardado no Obsidian, e deve ser registrado com esforço mínimo e flexibilidade, pois ele serve apenas para promover o processamento.

Já o processamento deve produzir notas definitivas e caprichadas, com ideias completas, estruturadas, categorizadas (tags) e conectadas (links).

Originalmente o Zettelkasten é um método de apoio à pesquisa e à escrita, e a ênfase dele é em criar notas duradouras que possam ser aproveitadas permanentemente.

Nos próximos posts desta série descreverei como realizo esses processos.

Este post é parte da série sobre o Obsidian que venho publicando a partir de fevereiro de 2024, e que você pode acessar na íntegra navegando pela tag Obsidian aqui no blog, ou pela thread do Mastodon.

O dia em que o Atari e o Odyssey foram lançados no Brasil, na 29ª UD

Na data de hoje, mas em 1983, tivemos um marco na transição do Brasil para a informática doméstica: os videogames Odyssey e Atari, o computador CP300 e o CD de música foram apresentados ao público na 29ª UD.

Na época ainda não tínhamos um mercado organizado, e os produtos passavam por vários eventos de lançamento, mas a UD – que naquele ano foi de 14 a 24 de abril, no Anhembi – era um dos mais relevantes, porque formava, junto ao Salão do Automóvel, o calendário de maior visibilidade para o mercado consumidor, com cobertura ávida da imprensa e grande participação direta do público.

Abreviatura de Utilidades Domésticas, a feira UD era realizada em São Paulo (e às vezes também no Rio) desde 1960, e trazia os grandes lançamentos da indústria de eletrodomésticos, áudio e vídeo, e assim era natural que fosse vista como um grande canal para divulgar a nova geração de aparelhos domésticos para serem conectados às TVs.

O Odyssey estava em desvantagem, porém tinha a seu favor a expectativa de chegar antes às lojas, bem como o luxuoso stand da Philips, montado para apresentar ao público a novidade dos CDs de música.

Era o caso do Odyssey, prestes a começar a ser vendido no Brasil pela Philips, que não perderia essa oportunidade de mostrá-lo ao público em seu gigantesco stand de 1200 m² e gerar expectativa e demanda pelo seu videogame com teclado.

Era uma tentativa da Philips de inverter, aqui no Brasil, o placar de um jogo que no exterior já estava bem definido: o Atari vendia muito mais consoles e jogos que o Odyssey 21.

O Atari também ainda não estava à venda oficialmente no Brasil, e a Gradiente – que tinha acabado de assinar o contrato para representar a marca oficialmente no Brasil e prometia colocá-la à venda em agosto – também não perdeu a oportunidade de apresentá-lo por lá, e na véspera da abertura da feira reuniu a imprensa para tentar dar rumo à cobertura, afirmando que no exterior, para cada console de Odyssey vendido, a Atari vendia 11.

O Atari já era popular via contrabando, e os clones estavam alguns passos à frente da Gradiente, que buscou o licenciamento oficial nos EUA.

Só que vivíamos a reserva de mercado, e outros fabricantes aproveitavam para trazer o Atari pra cá sem se preocupar com formalidades como a autorização do fabricante original internacional. Além dos estimados 80.000 Ataris que já haviam entrado no país via contrabando, nessa mesma UD a Dynacom expunha o protótipo do seu Dynavision, e a Sayfi (depois Milmar) apresentava o Dactari, pioneiro na corrida pela chegada aos balcões das lojas, e que depois teve novas versões com o nome Dactar.

A Gradiente perdia o sono com esses clones do produto pelo qual ela pagou caro para licenciar e ainda estava longe de conseguir colocar nas lojas? Talvez, mas a declaração oficial à imprensa, durante a feira era de que a Gradiente não causará problemas a essa empresas, mas exigirá o cumprimento de algumas normas, como não usar o logotipo da Atari, nem chamar o produto de Atari - mas podia dizer que era compatível. "Isso é muito comum nos Estados Unidos. Há diversos fabricantes de jogos, oferecendo cerca de 200 diferentes títulos aos consumidores", concluiu um diretor.

Curiosamente, esse momento de início da febre dos videogames domésticos no Brasil veio quando o mercado internacional começava a cansar deles – tanto o Atari quanto o Odyssey lançados por aqui em 1983 eram praticamente os mesmos modelos que nos EUA tinham chegado em 1977 e 1978, respectivamente.

Outra marca presente ao mesmo evento foi a Prológica, que anunciou nele o seu computador pessoal CP300, versão doméstica, compacta e mais barata (sem disquetes, com teclado chiclete e conectado à TV) do CP500, seu clone do TRS80 Modelo III, que também estava exposto no evento, ao lado do CP200, um clone de Sinclair ZX81.

E não podemos esquecer: embora aqui sejamos fãs dos videogames e computadores domésticos dos anos 80, a 29ª UD também foi o palco do lançamento oficial no Brasil dos CDs de música, ainda descritos na cobertura jornalística como "discos digitais por raio laser", que as mesmas Philips e Gradiente também corriam para levar logo2 ao mercado brasileiro naquele outono de 1983, e promoviam com shows de laser nos céus noturnos da Avenida Paulista e do Anhembi.

 
  1.  Nome internacional do console que no Brasil foi lançado como Odyssey e em vários países europeus como Videopac.

  2.  Na verdade o plano da Philips era vender aparelhos de CD por aqui apenas em 1985, mas a ideia era gerar demanda reprimida e expectativa...

Reduzindo em 78% o gasto mensal com assinaturas de serviços on-line, edição 2024

Hoje eu dediquei algumas horas de atenção e esforço a identificar e ajustar as minhas assinaturas de serviços on-line de consumo, reduzi o preço mensal delas em quase 80%, e vou contar como fiz.

Não foi a primeira vez que fiz isso: estamos chegando a 1/4 do século 21, e a realidade atual é que as assinaturas se acumulam: um streaming aqui, uma conveniência ali, e daqui a pouco temos um monte de custos mensais na fatura.

As empresas tiram proveito de vários padrões e tendências que nos levam a deixar esse débito ir se acumulando, então de vez em quando vale a pena podar e adequar esse consumo – e no meu caso específico, ajustá-lo a mudanças de hábito que deixam de justificar continuar com alguns contratos.

Após fazer uma planilha e identificar o valor que eu gasto com cada serviço, isso foi o que aconteceu na manhã deste sábado com as minhas assinaturas de consumo on-line, com o detalhamento limitado ao que eu considero que posso dar sem violar minha própria privacidade:

  1. Spotify: Cortei. Além de discordar de como tratam artistas e de algumas escolhas do seu elenco, eu ouço mais rádio FM e tenho uma boa coleção de música armazenada localmente. O que eles me ofereciam a mais era a playlist semanal de novas músicas ajustadas ao meu gosto, que costumava acertar bastante, mas há meses erra 100%.
  2. Max (ex-HBO): Cortei. Eu tinha uma assinatura feita em uma promoção de lançamento do serviço no Brasil, mas o serviço mudou de nome e a promoção já era. Além disso, não assisto há meses. Se lançarem algo que eu queira muito ver, voltarei.
  3. TV a cabo: foi a maior redução, e permanente: quase 100 reais a menos. A operadora me convenceu a não cortar totalmente, mas sim ficar com o plano mais básico de todos, em razão dos descontos do pacote combo1.
  4. Jornais: Bom desconto, temporário. Tenho assinatura digital de 2 jornais, e leio bastante, mas estava disposto a cancelar ambas para ver se me fariam falta. Nos 2 casos, fizeram contrapropostas de reduções expressivas na mensalidade válidas por 6 meses, que aceitei, e já coloquei na agenda para reavaliar em outubro.
  5. Amazon Prime: Mantive. O preço baixo me fez decidir por continuar assinando, e é possível que eu dê nova chance ao Amazon Music e ao Amazon Video, incluídos na assinatura, agora que cortei seus concorrentes melhores e mais caros.
  6. Globoplay: Mantive e aproveitei uma oferta. De todos os serviços de vídeo on-demand, este é o único que ocasionalmente assisto. Mantive, mas enquanto analisava os preços, descobri que eu podia reformular minha assinatura sem abrir mão de nenhum conteúdo, então o preço dela caiu consideravelmente2.
  7. Clube iFood: Cortei. Eu não lembrava que assinava. Esse foi o corte mais fácil de fazer, é resquício de um período no ano passado em que eu não consegui manter meus hábitos de alimentação mais saudáveis.
  8. Portal UOL: Tenho conta lá há literalmente décadas, devido a serviços obscuros deles que eu uso (como o dicionário Houaiss, por exemplo). Mas é muito caro, então hoje decidi deixar de pagar essa assinatura também.

Devido ao meu apreço pela minha própria privacidade, não compartilharei os detalhes adicionais sobre quais os serviços, os descontos e as formas de ajuste. Mas não são difíceis de localizar e, no final das contas, após 4 cortes e 3 ajustes, o preço que pagarei por mês pelas assinaturas mencionadas acima será 78% menor, já a partir da próxima fatura.

Assim, em resumo:

  • Deixei de pagar: Spotify, Max/HBO, Clube iFood, Portal UOL
  • Pagarei MUITO menos: TV a cabo
  • Pagarei menos: Globoplay, jornais
  • Continuarei pagando igual: Amazon Prime

Fui bem atendido em todos os canais que precisei usar para pedir cancelamentos ou ajustes. Em um deles (a TV a cabo), o atendimento precisava ser por telefone; todos os demais, exceto um dos jornais (que foi por chat) eram por menus disponíveis em sites ou apps.

 
  1.  Caso eu cortasse totalmente a TV a Cabo, a redução total no boleto mensal seria menor, porque os descontos do combo não mais seriam aplicados à minha fatura de Internet residencial e de telefonia celular, e são expressivos. Aceitei, mas voltarei a analisar isso no futuro próximo, após considerar a concorrência nesses outros serviços, já que não tinha e continuei não tendo contrato de fidelidade.

  2.  O valor da redução do Globoplay foi tão expressivo que chega a ser maior do que o preço mensal do Amazon Prime.

Informação e conhecimento - alvo duplo para as suas notas no Obsidian

Vivemos imersos em um oceano de dados, transformando-os constantemente em informação e conhecimento, ao agregar significado, contexto e outros elementos valiosos.

As etapas da nossa rotina de gestão do conhecimento pessoal precisam trabalhar com essas diferenças, e idealmente terão como alvo produzir efeitos a partir do conhecimento, como inspiração, entendimento e sabedoria.

Nota de autoria da imagem
A imagem acima tem como base uma tirinha do GapingVoid publicada em 2014, que ilustrava, por meio das interconexões, a diferença entre informação e conhecimento. Acrescentei um painel adicional, mostrando uma versão descolorida dos mesmos pontos mostrados na ilustração da informação, para demonstrar como a informação acrescenta significado aos dados.

Este post é parte da série sobre o Obsidian que venho publicando a partir de fevereiro de 2024, e que você pode acessar na íntegra navegando pela tag Obsidian aqui no blog, ou pela thread do Mastodon.