Parabéns: 30 anos do Linux 1.0
Há exatos 30 anos, na data de hoje mas em 1994, o Linux chegou à versão 1.0, deixando de ser beta e inaugurando uma nova era em seu desenvolvimento.
Era um momento em que o kernel open source criado originalmente em 1991 já era capaz de rodar ambientes gráficos, suportar um ambiente de desenvolvimento capaz de compilar a si próprio, e conectar à Internet via TCP/IP, e os desenvolvedores liderados por Linus Torvalds decidiram que a maturidade necessária estava alcançada.
“Na primavera de 1994, sentimos que o Linux estava pronto. Finalizado. Nada mais a acrescentar.” (Lars Wirzenius, desenvolvedor e colega de aula de Linus Torvalds)
Eles pensavam, na ocasião, que o Linux estava “pronto”. Assim, a opção por mudar o número da versão para 1.0, simbolizando o momento, veio acompanhada de um evento de lançamento, duas semanas depois, na universidade de Helsinki.
No evento, enquanto uma compilação cerimonial do código era realizada ao fundo, Linus Torvalds e outros participantes apresentavam à imprensa local o que era o Linux, e explicavam que o Unix comercial em PCs era tão caro que eles tinham preferido criar seu próprio sistema.
Eram tempos diferentes, em que Torvalds era estudante de graduação e o seu kernel open source cujo código era hospedado em repositórios acadêmicos finlandeses ainda rodava apenas em computadores Intel com um único processador. Nem mesmo o mascote Tux tinha surgido ainda, e só daria o ar da graça dois anos depois!
Esse marco veio após um período de alguns meses de desenvolvimento focado em chegar a lançar uma versão 1.0, ou seja, priorizando a remoção de bugs e de incompatibilidades, e adiando a inclusão de novos recursos que pudessem comprometer a estabilidade, de modo a ter uma versão que "finalmente saísse do estágio Beta e pudesse ser usada como base pelas distribuições".
Para evitar confusões a respeito, além dos agradecimentos de praxe a nota de lançamento enviada por Linus à Usenet fazia duas afirmações importantes, mas desnecessárias para quem acompanhava de perto o seu desenvolvimento: o kernel continuaria gratuito e sob a GPL, e o lançamento da versão 1.0 não significava o fim do desenvolvimento do Linux – que, como sabemos, continua de vento em popa até hoje.