A edição mais icônica de Superaventuras Marvel

Na data de hoje, mas em 1986, ia às bancas a edição mais memorável da revista Superaventuras Marvel, trazendo a aventura “Dias de um futuro esquecido”, dos X-Men.

A história, publicada originalmente em 1981, é conhecida pelas novas gerações por meio do filme de mesmo nome (e com história bastante modificada), lançado em 2014.

Na versão original em quadrinhos, a Kitty Pryde de um futuro distópico dominado pelos robôs Sentinelas transfere sua mente para si mesma em 19861, para ajudar os X-Men do passado (na época, o nosso presente) a evitar um mundo em que os mutantes estão quase extintos, e os sobreviventes vivem aprisionados.

Os X-Men fizeram antes: a ideia de enviar alguém ao passado para mudar um evento e evitar que as máquinas provoquem uma distopia foi popularizada na ficção poucos anos depois, no filme O Exterminador do Futuro.

A inovadora e bem contruída história de “Dias de um futuro esquecido” alterna entre cenas que se passavam no presente (1986) e o então futuro distópico que se passava em 2013, em que os mutantes da América do Norte foram caçados e colocados em campos de concentração, e os Sentinelas se preparam para expandir suas atividades para o restante do mundo.

A trama se desenrola a partir do momento em que os poucos X-Men sobreviventes – vários encarcerados, e alguns ainda na resistência – se reúnem para enviar a mente de Kate Pryde para o passado, para possuir a sua versão jovem e ajudar os X-Men a prevenir um momento-chave de 1986 que viria a causar toda essa distopia: o assassinato de um político, e também do Professor X, por um grupo terrorista mutante liderado pela Mística.

Um fúnebre quadrinho mostra o cemitério do campo de concentração criado pelos Sentinelas, com lápides de Charles Xavier, Ciclope, Noturno, Anjo e dos 4 integrantes originais do Quarteto Fantástico.

No início da história, vemos cenas do futuro, incluindo as sepulturas da maior parte dos X-Men. Versões maduras, em alguns casos grisalhas, dos poucos sobreviventes entram em cena, com Wolverine – livre e integrante da resistência mutante do Canadá – ajudando Kitty Pryde (casada com Colossus, que também aparece) a contrabandear para um campo de concentração um módulo necessário à transferência mental.

Também aparecem as versões idosas de Magneto e Tempestade, e dois jovens sobreviventes com participações essenciais na trama: Rachel Summers (foi a primeira aparição da filha de Ciclope e da Fênix) e Franklin Richards, filho de Reed Richards e Susan Storm, do Quarteto Fantástico.

A aventura é o marco que encerra o virtuoso ciclo dos X-Men em que Chris Claremont cuidava dos roteiros e John Byrne se encarregava da arte. A parceria deles durou só mais uma história, e a partir daí, Chris continuou escrevendo os X-Men, mas Byrne, descontente com os rumos dos X-Men, passou a desenhar o Quarteto Fantástico.

A história saiu na edição 45 da revista Superaventuras Marvel, e concluiu no mês seguinte. Desde então, foi relançada várias vezes pela Abril, Salvat, Panini e outras editoras, em vários formatos.

Na minha coleção, a versão brasileira da história consta em duas versões: a fininha "Especial X-Men" de julho de 1990, trazendo a história completa, e a adaptação de 2018 feita por Alex Irvine, lançada pela Novo Século em 2018, na forma de um livro (sem ilustrações) de 207 páginas.

Além do já mencionado filme homônimo de 2014, a icônica história apareceu, na forma de adaptações, menções e homenagens, em vários desenhos animados e séries de personagens da Marvel, em videogames, e até em séries externas à Marvel, como Heroes, de 2006.

 
  1.  Ou 1981, na versão original publicada no exterior.