Quem lembra da Cheapbytes?
Era um acordo simples: me dê 2 dólares, te dou um CD gravado; se a distribuição for em 2 CDs, é só mandar 4 dólares – simples, funcional, barato… Foi uma revolução!
Em 1998, fazer o download (discado!) de uma imagem ISO para gerar CD de instalação de Linux, BSD e outros sistemas ainda era complicado, e surgiu essa loja on-line que vendia cada CD a US$ 2 (mais envio pro BR), sem impressos, capas, suporte, manual ou firulas.
Era uma espécie de sucessor da Walnut Creek (simtel⸱net ou cdrom⸱com), que desde 1991 nos abastecia com CDs de distribuições, mas os oferecia em embalagens caprichadas, muitas vezes acompanhadas de manual impresso, e a preços mais elevados.
Eu logo a troquei pela Cheapbytes, mas era fã da Walnut Creek desde a minha fase de OS/2, no começo da década – e comprei ou recebi promocionalmente dela muita coisa além de distribuições Linux: CDs com livros do projeto Gutenberg, com a íntegra dos repositórios do GNU, software para OS/2, sistemas operacionais BSD, repositórios Perl, clip-arts e muito mais.
Na virada para o novo século, a banda larga tornou acessíveis os downloads, e muita gente passou a contar com os CDs grátis encaminhados pelo correio pelo projeto Ubuntu, e esses nomes da cultura dos anos 90 acabaram saindo de circulação, mas não serão esquecidos.
Um adendo.
Como tributo a essas lojas, deixo meu relato: minha primeira instalação de Linux em um computador pessoal (meu, e não de algum empregador) foi com esse CD duplo de Slackware da CDROM·COM, em 1996.
Eu já era usuário de AIX e HP-UX (+ GNU), então me senti em casa – mas o CD vinha com um livrão contendo HOW-TOs e man pages, impressos.
Instalei fácil, mas fazer funcionar a placa de vídeo em modo gráfico, o X, drive de CD e modem foi uma luta de semanas.