GP Brasil de 1984: estreia de Senna e revolução tecnológica dos 8 bits

Há 40 anos, #NaData de hoje mas em 1984, aconteceu em Jacarepaguá o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, abrindo a temporada daquele ano, marcando a estreia de Ayrton Senna, e revolucionando a técnica das transmissões.

Vivíamos a revolução da microinformática, e a organização da prova contou com micros multiusuário da Brascom para gerenciar atividades da montagem, controle de participantes, comunicação e disseminação de informações para os boxes e para a sala de imprensa.

Dois computadores de 8 bits da Brascom disseminavam informações atualizadas para mais de 20 pontos, para acesso das equipes, organizadores e da imprensa.

O nó central dessa rede, instalado no Copacabana Palace, era um BR-1000 com 256KB de RAM, HD de 16MB, e 2 terminais locais de acesso. Na torre do autódromo, outro BR-1000 disseminava as informações para terminais de impressão localizados nos 15 boxes e nos ambientes da federação (Fisa), da associação dos construtores (Foca), da Rede Globo e da sala do pool de imprensa, e também para uma sala com 3 terminais de vídeo.

O BR-1000 era um produto da paulista Brascom, que produzia e comercializava seus computadores desde 1982. Esse modelo específico era de 8 bits, com o raro processador Z80B, de 6MHz, e rodando o sistema operacional BR-1000M, Unix-like (e com comandos traduzidos para o português). O equipamento era clone de um modelo da Cromemco (como o dos Ghostbusters!), e o sistema operacional era derivado do Cromix.

Fora dos bastidores tecnológicos, para garantir a qualidade da transmissão, foi montada uma pequena estação de televisão no autódromo, com recursos para fornecer todos os detalhes da corrida. Foram instaladas 14 câmeras em toda a pista, nos boxes, no carro do diretor da prova e num helicóptero.

O resultado foi tão positivo que a associação de construtores convidou os responsáveis para dirigir a transmissão em uma das provas realizadas na Europa naquele mesmo ano, para disseminar as técnicas.